Em último grande protesto, Passe Livre fecha a 23 de Maio

Durante passeata, universitários deixaram salas de aula e foram para as ruas protestar

Manifestação fecha a Avenida 23 de maio (Foto: Guilherme Amorim/RBA)

São Paulo – Manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo fechou um dos corredores mais importantes da cidade, a avenida 23 de Maio. A pista sentido Ibirapuera ficou interditada por aproximadamente 40 minutos.Cerca de 1.500 pessoas, segundo o Movimento Passe Livre,  chegaram a sentar no chão e entoavam gritos de “a 23 é nossa”.

Os ativistas saíram da Praça Oswaldo Cruz, na avenida Paulista e seguiram em passeata pela avenida Brigadeiro Luís Antônio, 23 de Maio e terminaram o ato na Praça Rodrigues de Abreu, próximo à estação Paraíso do Metrô.

Neste que foi considerado o último grande protesto contra o reajuste da tarifa, os manifestantes conseguiram mais simpatizantes a causa durante a longa caminhada. O número de pessoas praticamente dobrou depois que muitos universitários, das faculdades da  avenida Brigadeiro Luís Antônio, decidiram abandonar suas aulas e ir para as ruas protestar.

Como em atos anteriores, a Polícia Militar destacou um grande contingente que acompanhou de perto toda a passeata. Houve momentos de tensão principamente na 23 de Maio. 

A PM apreendeu um saco com pedras de dois jovens encapuzados, que não chegaram a ser detidos. Esta foi a 11ª semana consecutiva de protestos desde que o prefeito Gilberto Kassab reajustou a tarifa de R$ 2,70 para R$ 3, em janeiro. Até o final da manifestação, cinco pessoas foram detidas e encaminhadas para o 5º Distrito Policial, na Aclimação. De acordo com a PM, elas já haviam sido liberadas na manhã desta sexta-feira (25).

Para Marco Magri, militante do MPL , o resultado dos três meses de mobilização é positivo. Magri avalia que, mesmo com a falta de negociação por parte  prefeitura, as mobilizações foram importantes. “O debate sobre o transporte público, tarifa e o ônibus está lançado. A mídia debate isso e o poder público está prestando atenção.” O MPL pretende agora centrar o debate da tarifa zero para a cidade de São Paulo.

Tribunal de Justiça

Na última segunda-feira (21), o desembargador David  Haddad , do Tribunal de Justiça de São Paulo, fixou  um prazo de 10 dias à prefeitura de São Paulo para que apresente as justificativas do aumento de 11,11%, sendo 5,91% acima do índice de inflação.

O pedido foi feito pela bancada do PT, que ‘enxerga’ números “distorcidos ou inflacionados, com a única finalidade de apresentar um cálculo que permitisse a gestão Kassab aumentar a passagem para R$ 3”, de acordo com nota divulgada, que ainda pede que a planilha de gastos da SPTrans seja analisada por uma auditoria independente.

 

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