Em Recife, manifestantes reivindicam qualidade do transporte

Estudantes protestam contra o aumento das passagens de ônibus

Passeata de 11 de janeiro em Recife (Foto: Prensa Comunicação)

São Paulo – Em Recife (PE), manifestantes protestam desde o dia 7 de janeiro contra o aumento na tarifa de ônibus. Naquela data, foi definido pelo Conselho Superior de Transporte um aumento de 8,66% nas passagens. Com isso, o preço varia de R$ 1,30 a R$ 3,10, dependendo da distância percorrida.

Segundo a presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), Vírginia Barros, os estudantes tentaram participar da reunião do conselho como ouvintes, mas não foram autorizados. 

Reivindicações
  • redução da passagem
  • estatização do transporte público
  • auditoria nas empresas de transporte de Pernambuco
  • mais qualidade do transporte
  • Criação de mais linhas
  • Mais linhas adaptadas a acessibilidade de caderantes

No dia 11, os estudantes organizaram um ato com carro de som, bandeiras, faixas e cartazes em passeata até o Cais de Santa Rita, onde fica a sede do Grande Recife Consórcio de Transporte. Depois da mobilização daquele dia, os estudantes conseguiram marcar, para esta sexta-feira (28), uma reunião com o secretário estadual de cidades, Danilo Cabral.

Além da reunião, sem local e horário definidos, os manifestantes vão fazer um ato com concentração na rua do Hospício ás 13h. 

O Grande Recife Consórcio de Transporte, por meio de nota à imprensa, explicou que o “reajuste das tarifas tem como objetivo manter o equilíbrio financeiro do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife(STPP), que não conta com nenhum tipo de subsídio e é integralmente mantido pela receita advinda das tarifas.”

Para a presidente da UEP, o argumento do governo de aumentar a tarifa para garantir a qualidade do serviço não faz sentido já que o transporte ainda é ineficiente para atender a população. “Qualquer aumento do transporte a priori é injusto já que coloca o direito de mobilidade da população a submissão das lei de mercado”, explica.

Em anos anteriores, o movimento conquistou algumas melhorias no transporte, como terminais integrados e o fim do chamado Passe-Cinderela, bilhete estudantil que só funcionava até a meia-noite.

O transporte na região metropolitana  de Recife é de responsabilidade do estado. A Grande Recife (composta por 14 municípios) funciona com ônibus intermunicipais e  tem valores diferentes de acordo com a distância percorrida. A tarifa do anel A passou de R$ 1,85 para R$ 2,00, do anel B custava R$ 2,80 e agora é R$ 3,10, enquanto o D valia R$ 2,25 e subiu para R$ 2,45.