Gilberto Carvalho critica Kassab e vê ‘algumas políticas higienistas’ em SP

São Paulo – O chefe de gabinete da Presidência da República e futuro titular da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, fez críticas à gestão de Gilberto Kassab na prefeitura […]

São Paulo – O chefe de gabinete da Presidência da República e futuro titular da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, fez críticas à gestão de Gilberto Kassab na prefeitura da capital paulista. Durante o encontro de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, presidentes atual e eleita da República, com catadores, Carvalho afirmou que falta vontade política no caso da cooperativa da Granja Julieta, na zona sul de São Paulo.

Carvalho avalia que a ação do governo federal não basta para resolver problemas como esses se, quando chega à ponta, nas prefeituras, as administrações não se importam em fazer o trabalho.

Em novembro de 2008, uma central de triagem no bairro foi incendiado e, a seguir, interditado pela prefeitura. Os associados da cooperativa acreditam que o incêndio tenha sido por motivação criminosa, já que a presença da central é malvista por moradores. Apenas em meados deste ano, os catadores tiveram autorização para voltar a ocupar o local.

Durante seu discurso, Lula também fez críticas ao prefeito da capital. “O Kassab precisa tratar o pessoal da Granja Julieta com carinho”, pleiteou. O presidente cobrou um comprometimento maior de prefeitos, já que “a maior parte dos políticos não dá ouvidos aos catadores”. “O problema do Brasil é que muita gente continua agindo como agia 20 anos atrás, sem se dar conta de que o país mudou”, disse Lula.

“O presidente está um pouco impaciente”, reconhece Carvalho. “Não é possível que o poder público não encontre uma resposta para o problema dessas pessoas. É a mentalidade geral do governante brasileiro. Para aquele que aparentemente só ‘incomoda’ (o poder público), você tenta tirar da rua, mandar para a prisão, tenta de alguma forma fazer desaparecer”, avalia.

Questionado sobre as ações da administração de Kassab em São Paulo, Carvalho frisou que não afirmaria que se trata de “higienismo”, de forma genérica, quer dizer, ações articuladas para retirar pessoas pobres de determinadas regiões da cidade. “Mas não há dúvida de que há algumas políticas higienistas”, atacou.