A parlamentares, reitor da USP promete ‘pensar’ sobre indiciados por ocupação de 2011

Deputados e senador pediram revisão do regimento interno e do convênio com a Polícia Militar, além de cobrar posição da reitoria contra processo movido pelo Ministério Público

Os parlamentares afirmaram a Rodas que a anistia aos alunos seria importante para abrir o diálogo com a sociedade (pauloteixeira13.com.br/divulgação)

São Paulo – O reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas, prometeu hoje (11) a parlamentares “pensar” sobre a repressão promovida pela Polícia Militar na Cidade Universitária e o processo aberto contra estudantes que ocuparam o prédio da administração em 2011.

Segundo relato do senador Eduardo Suplicy (PT) e dos deputados federais Ivan Valente (PSOL) e Paulo Teixeira (PT), que estiveram com Rodas no prédio da reitoria, na zona oeste da capital paulista, a conversa se baseou em uma carta elaborada pela Associação dos Docentes da USP (ADUSP) que tem como pontos centrais a revisão do convênio com a PM, estabelecido em setembro de 2011 depois do assassinato de um aluno dentro do campus do Butantã, a mudança no regimento interno da universidade, datado de 1972, a anistia para os alunos punidos em função da ocupação do edifício administrativo e a interferência no processo criminal movido pelo Ministério Público contra eles.

“Se a reitoria recua e anistia, ela desarma o ministério público, que chegou ao limite de propor formação de quadrilha. Ele quer aceitar os argumentos, mas acha que certos grupos dentro da universidade são incontroláveis”, afirmou o deputado Ivan Valente. Em fevereiro, o Ministério Público (MP) denunciou 72 alunos e funcionários por pichação, desobediência judicial, danos ao patrimônio público e formação de quadrilha. “A gente colocou que isso é legítimo, da luta política, do ambiente universitário. Se ele tomasse as iniciativas de anistiar, abrir a questão do estatuto e tirar a polícia do campus, estaria dialogando com o conjunto e com a sociedade. É um problema político que ele deveria estar encarando como problema político, e não como problema pessoal.”

“Ele mostrou disposição de diálogo com entidades representativas para promover um novo patamar de diálogo com estudantes”, acrescentou o senador Eduardo Suplicy.

“Ficou de pensar na proposta. Falava sempre: ‘Tem de haver um novo patamar do debate para discutir essa proposta apresentada pela ADUSP’”, afirmou o deputado Paulo Teixeira.

Em relação à anistia, o reitor tentou argumentar que as sanções disciplinares aplicadas contra os estudantes tinham sido brandas. Os parlamentares rebateram dizendo que elas se tratavam de fator de intimidação.

Também não houve nenhum veto em relação a pontos ligados à revisão do código disciplinar e à presença da PM no campus, mas nenhum prazo ou garantias foram dadas. Segundo Valente, caso seja necessário, o grupo de parlamentares pode procurar o MP para tratar sobre o processo, classificado por ele como criminalização do movimento estudantil. “Se for necessário, os parlamentares que aqui estiveram e outros podem acionar também o MP para convencê-los. Seria um processo natural”, afirmou.

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