Universidades estaduais de São Paulo reafirmam que não vão adotar cotas

Movimento negro cobra aplicação da política de cotas, a partir da decisão do STF (Foto: José Antônio Teixeira/Alesp) São Paulo – A implementação de cotas raciais como ação afirmativa nas […]

Movimento negro cobra aplicação da política de cotas, a partir da decisão do STF (Foto: José Antônio Teixeira/Alesp)

São Paulo – A implementação de cotas raciais como ação afirmativa nas universidades paulistas foi o tema da audiência pública ocorrida ontem (22), na Assembleia Legislativa.  Organizada pela Frente Pró-Cotas Raciais do Estado de São Paulo, que reúne pelo menos 40 organizações populares, e com apoio de parlamentares, os movimentos tornaram a se posicionar sobre a questão.

Em declarações públicas sobre o assunto, representantes das universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp) declararam que não pretendem implementar a política estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no último 26 de abril, que determinou pela constitucionalidade da reserva de vagas em universidades públicas, tendo como base o sistema de cotas raciais.

Segundo o dirigente Douglas Belchior, da Uneafro, nesse momento é importante reafirmar a posição para todo o movimento negro e para a luta contra o racismo em São Paulo. “Ações sociais reparatórias que não tenham como foco a atenção à população negra, não combatem o racismo”, afirmou. Para Belchior, o que deveria ser discutido no momento é como implementar uma lei que foi decidida, como constitucional, pelo STF. O movimento espera maior apoio dos parlamentares da Alesp e critica o governo estadual.  “Mesmo como uma possível aprovação de cotas no estado de São Paulo, algo que não está fácil, o racismo do Brasil não acaba a partir dessas pequenas vitórias. A luta precisa ser permanente.”

Também ontem (22), a Uneafro lançou uma campanha de coleta de assinaturas que exige a aplicação de uma série de ações afirmativas no estado, em todos os setores, especialmente nos serviços públicos. “O movimento continua as ações, inclusive para pautar as eleições municipais, a partir de julho”, afirmou Belchior.

Ouça a reportagem sobre a audiência em São Paulo, da Rádio Brasil Atual.

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