Sem resposta da Prefeitura, sem-teto continuam desalojados no centro de São Paulo

Guarda Civil Metropolitava acompanhou a movimentação das famílias durante toda a tarde; medo de confronto assustava os desalojados

São Paulo – Cerca de 200 famílias continuam na calçada próxima ao prédio de onde foram despejados pela Polícia Militar na última quinta-feira (2), no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo. As pessoas permaneceram durante toda a tarde desta sexta-feira (3) à espera de uma resposta da Prefeitura sobre um encaminhamento para moradia, mas até o começo da noite nenhuma resposta da administração do prefeito Gilberto Kassab (PSD) havia chegado. Segundo os desalojados, uma representante da Secretaria Municipal de Habitação havia prometido um posicionamento.

Enquanto isso, do outro lado da rua, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) acompanhava a movimentação. “Estamos aqui para oferecer segurança. Temos até um caminhão para transportar os pertences ao lugar que a prefeitura venha a oferecer”, disse Sidney Pureza, da Guarda Civil Metropolitana.

Carmen Silva, integrante do Movimento dos Sem-Teto do centro de São Paulo, disse que só sairia dali caso fosse oferecido um lugar digno para todas as pessoas. “A gente está na calçada. Aqui não tem reintegração de posse nenhuma. É um lugar público, temos o direito de ir e vir”, avisou Carmen, aflita com a proximidade da GCM.

A ocupação teve início em novembro, depois que o grupo foi expulso de um outro imóvel desocupado no centro. A Justiça de São Paulo concedeu liminar à proprietária do prédio, a Afim Brasil Eventos, dizendo que a ação do movimento social se constitui em “um atentado contra a posse” que viola o “direito de convivência”.

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