Alckmin atribui responsabilidade à Justiça por ação no Pinheirinho

Governador paulista promete 'avaliar' excessos do Batalhão de Choque da PM em São José dos Campos. Foram desalojadas 9,6 mil pessoas

São Paulo – Eventuais abusos da Polícia Militar paulista “sempre são avaliados”, segundo o governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB). Ao comentar, nesta segunda-feira (23), a ação do Batalhão de Choque na operação de reintegração de posse no Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), a 100 quilômetros da capital, no Vale do Paraíba, o governador afirmou que a responsabilidade pela ação é do Judiciário.

Ocupado há sete anos e 11 meses, o Pinheirinho tinha 9,6 mil pessoas. A ação da polícia e da Guarda Civil Metropolitana teve ameaças e disparos de armas menos letais – com balas de borracha – contra representantes do governo federal e contra a repórter Lúcia Rodrigues, da Rádio Brasil Atual.

“(Abusos) sempre são avaliados. A operação foi acompanhada por um juiz de direito, presente todo o tempo, o doutor Rodrigo Capez, representando o Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele participou de toda reintegração. Toda ela foi filmada, documentada, não é uma tarefa simples”, disse o governador. As imagens serão analisadas antes de haver definição sobre investigações.

Alckmin disse que o Executivo estadual é obrigado a ceder o efetivo solicitado pela Justiça nesse tipo de caso para garantir que o oficial garanta a execução da sentença. “O governo não tem esse condão de ‘atendo ou não atendo’ (os pedidos de ceder a polícia). Senão, não precisaria ter Justiça”, frisou.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou, em nota, que a tropa do Batalhão de Choque foi solicitada e que os policiais agiram sob o comando da presidência do tribunal. A decisão foi tomada apesar de um acordo entre os moradores e o governo do estado de adiar por 15 dias a desocupação.

A área é de uma empresa do megaespeculador Naji Nahas, que chegou a ser preso em 2008 na Operação Satiagraha da Polícia Federal. O terreno acumula dívidas junto à prefeitura. Uma série de protestos foi realizada em diversas cidades do país.

Com informações da Agência Brasil

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