Após assassinato, MPF pede proteção a testemunhas de rota ilegal de madeira

São Paulo – O Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal proteção para testemunhas que denunciaram uma rota de retirada ilegal de madeira da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio e […]

São Paulo – O Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal proteção para testemunhas que denunciaram uma rota de retirada ilegal de madeira da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio e da Floresta Nacional Trairão, no Pará. Um dos denunciantes, o líder comunitário João Chupel Primo, de 55 anos, foi assassinado no último sábado (22) em Miritutuba, no município de Itaituba, com um tiro no cabeça. Segundo o MPF, dois dias antes Primo esteve na MPF dando detalhes sobre a operação.

“Para o MPF, o crime tem relação direta com as denúncias que Chupel fez em Altamira. Ele já havia registrado boletins de ocorrência na Polícia Civil de Itaituba e passado detalhes sobre os madeireiros que agem na região para a Polícia Federal em Santarém e para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração das Unidades de Conservação que estão sendo invadidas por madeireiros”, informou o Ministério Público. “O morto é uma liderança do Projeto de Assentamento Areia e, de acordo com ele, os madeireiros vinham usando o assentamento como porta de entrada para as matas ainda relativamente preservadas que fazem parte do Mosaico de Conservação da Terra do Meio.”

O bispo de Itaituba, dom frei Wilmar Santin, disse que havia encarregado João Primo de fundar uma nova comunidade. “Foi em sua comunidade que realizei as primeiras crismas como bispo de Itaituba.Justamente no dia da crisma em junho deste ano, ele deixou de ser o coordenador da Comunidade Nossa Senhora de Nazaré de Miritituba para poder se dedicar à fundação da nova comunidade”, afirmou o bispo, em nota. “Ele vinha fazendo denúncias sobre grilos de terras e extração ilegal de madeira. Por isso foi assassinado brutalmente com um tiro na testa sábado passado. Quando os defensores da natureza e da legalidade vão deixar de serem mortos? Quando o governo federal colocará pra valer a Polícia Federal para agir no Pará?”, pediu o religioso.

Com informações do Ministério Público Federal e da Arquidiocese de Fortaleza

 

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