Belo Monte tem canteiro ocupado. Manifestantes querem fim das obras

Comunidades indígenas ocupam canteiro de obras da usina de Belo Monte (Foto: Ivan Canabrava/Illuminati Filmes/ONG Xingu Vivo) São Paulo – Seiscentas pessoas, aproximadamente, entre indígenas, ribeirinhos e pescadores ocupam desde […]

Comunidades indígenas ocupam canteiro de obras da usina de Belo Monte (Foto: Ivan Canabrava/Illuminati Filmes/ONG Xingu Vivo)

São Paulo – Seiscentas pessoas, aproximadamente, entre indígenas, ribeirinhos e pescadores ocupam desde a madrugada desta quinta-feira (27) o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Além do canteiro, os manifestantes também interditaram trecho da rodovia Transamazônica na região do município de Altamira. A ocupação foi decidida após um seminário que discutia os impactos de empreendimentos hidrelétricos na região amazônica.

Acampados, líderes de comunidades ameaçadas pelos impactos sociais e ambientais da usina pedem a paralisação e o fim da obra. Segundo Eden Magalhães, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que está no local, os manifestantes ocuparam de maneira pacífica e o consórcio responsável pela obra retirou máquinas e materiais, deixando o espaço vazio. Eles aguardam que o governo abra diálogo para tratar do tema.

“Os manifestantes estão dispostos a ficar lá o tempo que for necessário, como forma de resistência. Eles esperam ainda que outras pessoas – ativistas de movimentos sociais e lideranças comunitárias, se juntem a eles. Eles prometem não arredar o pé. Só saem de lá quandou houver um posição concreta do governo”, declarou Eden. A ideia é ampliar o poder de pressão sobre o governo e os responsáveis pelo empreendimento

Outro motivo da manifestação, segundo os ocupantes, foi o segundo adiamento do julgamento da ação que pede paralisação da obra por infringir direito de oitiva dos índios, garantido pela Constituição. Nesta quarta-feira (26), as populações impactadas viram o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Fagundes de Deus, votar contra a ação civil pública que pede a paralisação das obras. A desembargadora Maria do Carmo Cardoso, terceira a votar a matéria durante a sessão, pediu vista da ação e e interrompeu o julgamento – programado para entrar novamente na pauta em 9 de novembro. 

Na semana passada, a desembargadora Selene Maria de Almeida havia dado o primeiro voto a favor da paralisação da obra e declarou inválida a autorização e a licença ambiental da usina. Ela considerou ainda necessárias as oitivas das comunidades indígenas, como previsto constitucionalmente.

 

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