Caixa pede desculpa a negros ao retirar comercial com Machado de Assis branco

São Paulo – Um dia depois de receber um pedido de providências pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a Caixa Econômica Federal retirou a campanha publicitária […]

São Paulo – Um dia depois de receber um pedido de providências pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a Caixa Econômica Federal retirou a campanha publicitária que trazia o escritor Machado de Assis como personagem. A crítica de ativistas ligados ao movimento negro e da secretaria era ao fato de que a propaganda “embranquecia” um dos principais nomes da literatura brasileira, o que contribuía para a “invisibilização dos afro-brasileiros”.

Em nota, o banco público pede desculpas a toda a população, especialmente “aos movimentos ligados às causas raciais”. A Caixa sustenta que a diversidade racial brasileira sempre é retratada em peças publicitárias e cita ações realizadas em parceria com a Seppir e com movimentos sociais.

Criada pela agência Borghierh/Lowe, a peça em vídeo lista imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL) que foram correntistas do banco, para associar ao slogan adotado (“uma história escrita por todos os brasileiros”). Machado de Assis, que também foi cliente, era negro, mas seu papel foi interpretado por um ator branco. Na nota da Caixa, não há informações sobre mudanças no contrato de prestação de serviço com a agência de publicidade, nem de produção de uma nova versão do comercial.

Ao pedir a retirada do ar da campanha, a Seppir lamentou a “solução publicitária de todo inadequada” e encaminhou pedidos de providências também a outros órgãos, como o Ministério Público Federal, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).

Na tarde desta quarta-feira (21), a peça ainda foi exibida pela GloboNews, emissora de TV por assinatura do grupo GloboSat. Procurada, a Caixa reafirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a campanha foi suspensa e prometeu entrar em contato com as empresas para reforçar o pedido. A empresa de comunicação alega que um erro operacional levou a peça ao ar.

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