Para ativistas, juventude precisa de novos direitos e escola atrativa

 São Paulo – A necessidade de um novo olhar sobre a juventude marcou debate promovido pela CUT nesta sexta-feira (12).  Temas como educação, violência, identidade racial e os desafios do […]

 São Paulo – A necessidade de um novo olhar sobre a juventude marcou debate promovido pela CUT nesta sexta-feira (12).  Temas como educação, violência, identidade racial e os desafios do jovem foram discutidos por sindicalistas, movimento negro e de juventude na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na região central.

Para Beto Teoria, integrante da Nação Hip Hop Brasil, a incompreensão é o principal problema dos jovens. O cantor de hip hop contou sua experiência como voluntário da Fundação Casa, antiga Febem, e argumentou que muitos jovens não são bandidos, mas cometeram infrações por falta de estrutura familiar ou de alguém que pudesse educá-los da forma correta.

Beto criticou a baixa qualidade da educação pública, tema amplamente discutido pelos convidados e pela plateia. “A escola estadual hoje não é atrativa e eu tenho certeza que enquanto a rua for mais atrativa que a escola, vai continuar do mesmo jeito. Precisamos reverter essa questão de uma forma urgente”, defendeu Beto.
 
Na visão da representante da ONG Educafro, Camila Ramos, é importante discutir a identidade do brasileiro. Mesmo sendo um povo miscigenado, não há uma identidade racial clara, ela afirma. “Precisamos debater a questão no negro na sociedade.”

Ao ser questionada pela plateia sobre a posição da Educafro a respeito de cotas raciais, Camila ponderou que a questão social é importante, mas a quantidade de negros nas camadas mais carentes da sociedade justificaria estas medidas. 

Em tom otimista, o presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Gabriel Medina, observou que uma nova juventude brasileira está surgindo. Com mais vontade de se engajar a partir de exemplos de manifestações europeias. “Nós encerramos o ano internacional da juventude com lutas pelo mundo inteiro e lutas em defesa da radicalização da democracia e luta em defesa da liberdade”, comemorou.

Um passo importante na discussão de mais e melhores políticas públicas para os jovens vai ocorrer na  2ª Conferência Nacional, marcada para 9 a 12 de dezembro,  em Brasília. A ação é organizada pela Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, e pelo Conjuve.

“Temos expectativa de fazer uma grande conferência, temos que convencer a sociedade que a juventude é estratégica para o desenvolvimento e precisa de novos direitos para que possa ser emancipada e ter sua autonomia”, defendeu Medina.

 

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