Marcha da Liberdade em São Paulo reúne 2,5 mil pessoas por regulação de armas menos letais

Contra a violência policial e pelo direito à livre manifetação, marcha partiu do Masp, na avenida Paulista (Foto: © Levi Bianco/News Free/Folhapress) São Paulo – A versão paulistana da Marcha […]

Contra a violência policial e pelo direito à livre manifetação, marcha partiu do Masp, na avenida Paulista (Foto: © Levi Bianco/News Free/Folhapress)

São Paulo – A versão paulistana da Marcha da Liberdade, neste sábado (18), na avenida Paulista, contou com 2,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar (PM). Marcada desde o fim de maio, o ato ocorreu na semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) assegurou o direito à liberdade de expressão para defender a discriminalização da maconha. Pacífica, a repressão contra manifestações do gênero foi alvo de protesto.

No mês passado, a Marcha da Maconha foi proibida em São Paulo, Brasília e outras cidades. Na capital paulista, os organizadores optaram por realizar uma manifestação por liberdade, mas a Polícia Militar decidiu impedir o ato. Na semana seguinte, uma nova marcha pediu direito à liberdade de expressão.

Os episódios levaram movimentos de defesa de direitos humanos a demandar, da Secretaria de Segurança Pública do estado, esclarecimentos sobre as instruções oferecidas aos policiais para o emprego do armamento não letal – ou menos letal, como definem os ativistas.

Marcos Zelic, do Tortura Nunca Mais de São Paulo, comemorou o fato de o tema ser colocado na linha de frente da marcha deste sábado. “É fundamental que a sociedade dê um passo à frente no respeito aos direitos humanos e discuta o emprego de armamento menos letal em manifestações de cunho social”, resume.

A sentença do Supremo ofereceu, na visão dos organizadores, um bom respaldo jurídico para a manifestação. “Abrimos um bom diálogo com a PM”, sustenta Gabriela Moncau, uma das organizadoras do ato. “A decisão do STF é uma vitória, apesar de a liberdade de expressão já estar garantida na Constituição”, contextualiza.

André Takahashi, também organizador da marcha, afirma que a decisão da mais alta corte do país reflete o avanço da mobilização social. “A marcha acaba de cumprir um papel importante de assegurar a liberdade de expressão”, pontua. “É preciso lembrar que a decisão do STF é fruto da luta do povo e não da caridade dos ‘juizes esclarecidos'”.

O fato é que a relação entre manifestantes e PM foi muito diferente do que ocorreu em maio. O major Marcelo Pignatari, um dos responsáveis pelo policiamento do local, deixa claro que o tom foi de tranquilidade. “Temos policiamento em todo entorno da Paulista para assegurar a manifestação. Se ela é legítima, ninguém pode obstruí-la.”

Ao todo, mais de 40 cidades tiveram suas marchas. Os manifestantes, de forma geral, pediram liberdade de expressão, o fim do preconceito e da discriminação de raça, gênero e orientação sexual, além de melhores políticas de transporte público.

Colaborou: Anselmo Massad

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