São Paulo – Um dos grupos responsáveis pelo ato a favor do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) organizado sábado (9) na Avenida Paulista, em São Paulo, acredita que “nosso país transformou seus heróis em drogados, desviados e prostitutas”. 

A conta de Twitter da União Nacionalista tem manifestações de louvação à hierarquia militar e de apoio às declarações do parlamentar, que em março provocou indignação ao fazer afirmações preconceituosas a um programa de televisão. “Hackers invadem site da barraqueira Preta Gil e deixam mensagens de repúdio ao PLC 122 e apoio a Bolsonaro”, indica o microblog da entidade, fazendo referência à cantora que responsável pela pergunta cuja resposta vem provocando revolta e pode levar à cassação do deputado fluminense.

No sábado, integrantes da União Nacionalista, do grupo Ultradefesa e dos Carecas foram detidos durante ato pró-Bolsonaro. A análise de documentos mostrou que alguns já haviam sido fichados no arquivo da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Um deles tinha uma carteirinha em que constava a inscrição “detetive especial”.

O ato pró-Bolsonaro foi agendado para os mesmos horário e local de um protesto pela cassação do deputado. Mais numerosos, grupos de defesa dos direitos dos homossexuais e de luta por igualdade foram hostilizados pelos nacionalistas e chegou a haver tumulto. Os policiais intervieram e acabaram flagrando com skinheads a posse de armas como a “estrela ninja”, que pode provocar sérios ferimentos.

Em seu site, a União Nacionalista manifesta que a outra manifestação foi realizada por “apoiadores da anarquia, da ‘ditadura do pensamento único’, da apologia às drogas, ao aborto, ao casamento gay e à adoção de crianças por esses casais. Enquanto cantamos o Hino Nacional, eles cantaram a Internacional, pois eles repudiam a Pátria na qual nasceram e pela qual deveriam lutar e defender.”

A manifestação foi feita por algumas pessoas que vestiam camisetas com a foto do parlamentar ou de Plínio Salgado, criador do Integralismo brasileiro. No Twitter, os integrantes da União Nacionalista manifestaram incômodo com o pequeno número de manifestantes: “Uma crítica séria: muitos em Orkut e Facebook disseram que iam. Se não aparecem, significa que não são oposição e se conformam.”