Para Aldo Rebelo, Greenpeace age a favor de interesses estrangeiros na Amazônia

Relator de mudanças no Código Florestal considera que ONGs cresceram no vácuo de poder dos anos 1990 e atendem ao capital de outros países

Aldo Rebelo considera que aqueles que defendem que se deixe o debate sobre Código Florestal para depois das eleições têm algo a esconder (Foto: Saulo Cruz. Agência Câmara)

São Paulo – O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disparou críticas contra o Greenpeace, que promove uma campanha para que não seja alterado o Código Florestal. O parlamentar é relator da comissão especial que reúne diferentes iniciativas a respeito do tema, que vão de pequenas mudanças até a completa revogação do código.

Rebelo considera que a campanha que visa chamar atenção para o debate é “nazista” ao colocá-lo no foco, com estímulo ao envio de mensagens e reclamações de que ele aderiu à bancada dos grandes produtores rurais. O deputado já indicou que vai entregar um relatório que desagrada ambientalistas, prevendo a regularização de plantios em encostas de morros, a redução das áreas de matas ciliares e a possibilidade de que estados possam legislar sobre o tema, rompendo a exclusividade da União.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o parlamentar argumenta que o Greenpeace, por ser de outro país, não deveria opinar sobre a conservação das matas brasileiras. “Essa agenda que defendem aqui não existe no Greenpeace holandês ou no europeu. Está concentrada na Amazônia, onde boa parte de seus quadros vivem subsidiados, tentando estabelecer um cinturão de ferro, naquela área, contra a presença de brasileiros e do Estado brasileiro”, afirma.

Ao mesmo tempo, ele afirmou que organizações não-governamentais como o Greenpeace cresceram no Brasil ao longo dos anos 1990 graças ao Estado mínimo defendido pelo PSDB de Fernando Henrique Cardoso. Na opinião de Rebelo, as ONGs aproveitaram o vácuo deixado pelos governos. “A força delas também deriva do respaldo político de governos estrangeiros fortes, como o dos EUA, da Alemanha e Inglaterra, que amparam fortemente suas ONGs, com respaldo financeiro, diplomático, e, no passado, até respaldo militar quando foi necessário”, conclui.

Rebelo lembrou que foi indicado relator porque não havia consenso entre as bancadas ruralista e ambientalista, e ele acabou sendo um nome no meio do caminho, sem ligação direta com essas frentes parlamentares. “Eu disse que aceitava a missão desde que todos soubessem que eu ia procurar encontrar uma solução que fosse o equilíbrio entre o meio ambiente e o esforço da produção. Só que parte do setor ambientalista não quer esse equilíbrio”, acusa.

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