São Paulo – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou hoje (22) que a Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, deve avançar em metas concretas que garantam o respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos.

Durante debate sobre o encontro do próximo mês na Assembleia Geral da ONU, o secretário apresentou sete ações em prol do desenvolvimento sustentável. Entre elas, destaca-se a proposta de transformação dos objetivos de desenvolvimento do milênio em objetivos do desenvolvimento sustentável (ODSs). Seria a possibilidade de dar sequência a uma série de parâmetros estabelecidos pelos países-membros em relação a questões sociais e ambientais. 

“Os líderes devem concordar no Rio de Janeiro que os ODS, com objetivos claros e mensuráveis, bem como com indicadores, serão decisivos para um quadro de desenvolvimento global pós-2015. Os ODS dariam uma expressão concreta ao renovado compromisso político de alto nível para o desenvolvimento sustentável”, afirmou Ki-moon, fazendo ainda referência à visão de organizações da sociedade civil de que a conferência pode ter poucos resultados concretos devido à reticência de algumas nações em acertar metas que possam afetar o crescimento econômico. 

“O ritmo atual das negociações está enviando todos os sinais errados. Não podemos deixar que um exame minucioso do texto nos cegue de uma imagem grande. Nós não temos tempo a perder.” A última rodada de negociações em torno da declaração final do encontro, realizada no começo do mês em Nova York, não chegou a um resultado efetivo, o que forçou o agendamento de uma rodada extra de conversas para a última semana deste mês. 

Para o secretário-geral, é necessário que se tenha uma liderança “forte” para conseguir avançar em direção a um resultado concreto. As outras sugestões apresentadas por ele pedem empregos dignos, acompanhados de progresso social, medidas para garantir segurança alimentar, apoio a fontes energéticas limpas, a ampliação do acesso à água potável, a conservação dos oceanos e o fortalecimento das instituições que tratam da questão ambiental.

Já é consenso entre os países-membros da ONU que se faz necessário o fortalecimento do Pnuma, a agência das Nações Unidas para o setor. “Enquanto fortalecem o PNUMA, os governos devem decidir como podem fortalecer o quadro institucional para avançar da melhor maneira a agenda de desenvolvimento sustentável e oferecer espaço para a sociedade civil, para autoridades locais e para o setor privado”, afirmou Ki-moon.