Pescaria-protesto contra Belo Monte reúne mais de 600 pessoas da região do Xingu

População alerta para o risco de extinção de peixes na região da Usina de Belo Monte (Foto: Xingu Vivo/Divulgação) Belém (PA) – Os cerca de 250 pescadores de Altamira, Vitória […]

População alerta para o risco de extinção de peixes na região da Usina de Belo Monte (Foto: Xingu Vivo/Divulgação)

Belém (PA) – Os cerca de 250 pescadores de Altamira, Vitória do Xingu, Belo Monte, Senador José Porfírio e Porto de Moz, que saíram na  “Grande Pescaria em Defesa do Xingu e contra Belo Monte” na última sexta (11), retornaram na segunda-feira (14) a Altamira, com cerca de 6 toneladas de peixes, entre pirararas, pacus, tucunarés e outras espécies.

A pescaria, que se encerrou no que foi chamado de Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, foi mais um protesto contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte que, de acordo com os Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do próprio Ibama, deve acabar com grande parte dos peixes da região e levar à extinção várias espécies que hoje são a base da alimentação e da economia das comunidades indígenas e ribeirinhas da Bacia do Xingu.

Os peixes foram preparados e distribuídos para os mais de 600 ribeirinhos, agricultores, pescadores, moradores, indígenas e representantes dos movimentos sociais locais presentes. Depois do almoço coletivo, também houve uma doação de pescado para entidades de apoio às famílias carentes de Altamira.

Resistência ampliada

Para a coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia Melo, além dos 600 participantes, mais de mil pessoas passaram pelo evento. “Acredito que a população de Altamira ficou bastante sensibilizada, porque essa questão [a ameaça à pesca] mexe muito com a população em geral. Está ficando claro para a cidade que centenas de famílias que vivem da pesca vão perder essa fonte de alimento.E os que não vivem disso, mas vão pescar nos finais de semana, também perderão esta fonte de lazer.”

De acordo com Antonia, a mobilização unificou os pescadores dos diversos municípios e comunidades e fortaleceu a resistência contra a usina. “A Eletronorte tem feito fortes investimentos para cooptar lideranças nas comunidades de pescadores, e algumas capitularam. Mas isso não significa de forma alguma que os pescadores também se venderam, pelo contrário. Hoje (segunda-feira) os pescadores deram seu grito contra Belo Monte, vão se mobilizar muito mais contra a usina. Mesmo porque muitos que hoje moram no Xingu foram expulsos da região de Tucuruí, e conhecem muito bem a destruição que uma hidrelétrica gera, relatou a coordenadora.”

Imagens e informações sobre o movimento contra costrução de Belo Monte podem ser acessados no endereço: http://www.xinguvivo.org.br