Impactos da agricultura

Em Santa Catarina, resíduos de agrotóxicos são encontrados na água para o consumo humano

Estudo do Ministério Público do estado registrou 17 tipos de agrotóxicos em água usada para abastecimento de 22 municípios

Arquivo EBC

Entre os resíduos de agrotóxicos encontrados, 7 substâncias estão proibidas na União Europeia, segundo pesquisadora

São Paulo – Na água usada para abastecimento público de 22 municípios de Santa Catarina, ao menos 17 tipos de agrotóxicos foram encontrados, incluindo 7 substâncias proibidas na União Europeia, de acordo com análise da pesquisadora do departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), Larissa Mies Bombardi, autora do Atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia em sua coluna na Rádio Brasil Atual.

O levantamento analisado por Larissa, encomendado pelo Ministério Público do estado, avaliou amostras da água consumida em 100 cidades catarinenses, e surpreendeu pela quantidade e o tipo de resquícios de agrotóxicos que chegam às torneiras da população.

A pesquisadora destaca que os dados do MPF de Santa Catarina revelam uma “contaminação ampliada”. Isso porque, no município Coronel Freitas, por exemplo, o inseticida atrazina foi encontrado na água subterrânea. “Isso significa que esse agrotóxico contaminou o solo”, ressalta Larissa.

Na cidade turística de Balneário Camboriú, reconhecida pela cobertura florestal, os agrotóxicos conseguiram ultrapassar essa camada e também foram encontrados na água que serve ao abastecimento local, onde se registrou a presença do herbicida 24D que, segundo Larissa, é um desfoliante químico usado em armas químicas empregadas pelos Estados Unidos na guerra do Vietnã. “A agricultura está comprometendo até a água para abastecimento dos cidadãos”, contesta a pesquisadora.

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