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Doria paga bolsistas do Mais Médicos com mais de 20 dias de atraso

Demora no pagamento afetou 65 profissionais contratados diretamente pelo município de São Paulo. Médica diz que profissionais estão com contas atrasadas e sem dinheiro para ir ao trabalho

Elza Fiúza/ABR

Mais Médicos: além do atraso neste mês, em junho a bolsa foi paga após 16 dias. E em agosto, após 10 dias

São Paulo – Após 24 dias de atraso, a gestão do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pagou hoje (8) as bolsas dos profissionais do programa Mais Médicos. O pagamento deveria ter sido feito no último dia 15 de outubro. 

A demora no pagamento afetou os 65 profissionais contratados diretamente pelo município, que arca com despesas do contrato de maneira integral, inclusive a bolsa salário e demais encargos. 

“Muitos médicos já estavam sem recursos até mesmo para pagar o transporte para ir à unidade de saúde onde trabalham. E todos estão com suas contas atrasadas”, conta a médica Eline Ethel Fonseca Lima, que atende na UBS da Vila Santa Catarina, na região do Jabaquara, zona sul da capital.

No último dia 26, os profissionais do programa se reuniram com representantes da prefeitura no Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) para discutir a questão. Segundo médicos que participaram da reunião, a gestão não deu explicações sobre o atraso, que afetou a vida de muitos desses profissionais, alguns dos quais já estavam sem dinheiro até mesmo para pagar transporte para ir à unidade de saúde para prestar atendimento. 

Com o pagamento, os profissionais encerraram o movimento, mas continuam mobilizados quanto a novos atrasos.

Não foi a primeira vez que os pagamentos foram atrasados. A bolsa de junho foi paga após 16 dias. E em agosto, após 10 dias.

Arquivo/Prefeitura de São Paulo
De acordo com médicos do programa, a gestão Fernando Haddad nunca atrasou o pagamento das bolsas

Como parte da mobilização dos médicos bolsitas, que conta com apoio jurídico do Simesp, desde a semana passada eles mantiveram atendimento às urgências, conforme permitido por lei em caso de paralisação de médicos. 

Por meio de nota da assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) confirmou o pagamento. E informou que em novembro será realizado no dia 16. Segundo a gestão, os atrasos se devem a “falhas de previsão orçamentária herdadas da gestão anterior”.

Segundo os participantes do Mais Médicos, na gestão passada não houve atrasos no pagamento das bolsas.

Ainda segundo a SMS, os profissionais que recebem diretamente do governo federal estão com o pagamento das bolsas em dia. Há atraso somente na parcela referente ao auxílio moradia e transporte. São 254 os médicos, entre cubanos e intercambistas, que participam nessa modalidade.

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