Interesse por bitcoin cresce e cria polêmica com mercado financeiro
A moeda virtual, criada há nove anos, não tem emissão controlada por nenhuma instituição financeira e pertence a um sistema econômico alternativo
Publicado 22/11/2017 - 12h27
Moeda virtual teve uma valorização de mais de 2.500% em três anos e é aceita para diversos tipos de pagamento
São Paulo – Você sabe o que é uma bitcoin? A chamada moeda virtual, criada há 9 anos, experimenta seu momento de maior sucesso e vem criando polêmica no mercado financeiro e de tecnologia. A moeda é totalmente digital, não existindo fisicamente, como nosso dinheiro normal, e sua emissão não é controlada por nenhuma instituição financeira. Isso significa que a bitcoin é uma criptomoeda descentralizada e pertence a um sistema econômico alternativo.
A moeda é produzida por milhares de computadores mantidos por pessoas que emprestam a capacidade de suas máquinas para criar bitcoins e registrar todas as transações feitas. Na prática, isso significa que os computadores conectados à rede competem entre si para a solução de problemas (matemáticos) e quem ganha recebe um bloco da moeda.
O nível de dificuldade dos desafios muda de acordo com o tempo para que a moeda cresça dentro de uma faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades até 2.940. A bitcoin foi criada por uma pessoa com o nome fictício de Satoshi Nakamoto e chegou a valer, nos últimos dias, R$ 25.000, segundo a corretora de bitcoin FoxBit.
A moeda virtual teve uma valorização de mais de 2.500% em três anos e é aceita para o pagamento de viagens, hotéis, registro e hospedagem de sites e até para a compra de comidas. Apesar do aparente bom investimento, a compra e guarda das moedas virtuais está sujeita a riscos, com a possibilidade de perda de todo o capital investido e da típica variação do seu preço. O próprio Banco Central e a Comissão de Valores Imobiliários emitiram comunicados advertindo que aplicações em bitcoins podem representar riscos aos investidores.
De acordo com o economista Fernando Ulrich, a segurança do sistema é um dos riscos que envolvem a moeda digital. A falta de uma autoridade responsável pela bitcoin pode afastar a confiança dos investidores. Ele também alerta para o risco de usabilidade, com casos de perdas da moeda por causa de esquecimento de senhas e discos rígidos formatados. “Em 2013, o americano James Howell jogou na lata do lixo um disco rígido que continha a sua carteira com 7.500 bitcoins, cerca de US$ 4,7 milhões. Imagine o tamanho do desgosto”, disse em sua coluna na InfoMoney.