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Sancionados, inibidores de apetite ‘colocam vidas em risco’, alerta Padilha

Para ex-ministro da Saúde, a liberação feita por parte do Congresso Nacional é grave e não possui aprovação técnica

EBC

Em nota, a Anvisa classificou a lei como inconstitucional e reiterou que a medida pode trazer riscos à saúde

São Paulo – O governo federal sancionou, na última sexta-feira (23), a lei que libera a venda e consumo de inibidores de apetite. Para Alexandre Padilha, médico e ex-ministro de Saúde, a sanção, feita pelo presidente interino, Rodrigo Maia, não foi baseada em uma análise técnica. Em 2011, quando Padilha era ministro no governo Dilma, esse tipo de medicamento foi reprovado pelo governo e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo ele, os inibidores foram testados em diversos países, que concluíram que eles apresentaram risco à saúde. “Eles identificaram a associação desse remédio com quadros graves de alteração cardíaca e óbitos”, conta, em entrevista à Rádio Brasil Atual, hoje (26).

Para o ex-ministro, a liberação feita por parte do Congresso Nacional “é grave” e representa outro vexame nacional para o governo Temer. “Não é uma liberação depois de um novo estudo técnico da Anvisa ou outras agências, é pelo Congresso. Daqui a pouco podem até aprovar leis para permitir o uso de agrotóxico”, critica. “A gente sabe os interesses econômicos por trás do Congresso Nacional. Há dias atrás eles aprovaram a retirada de proteção de uma área ambiental da região amazônica”, acrescenta.

Em nota, a Anvisa classificou a lei como inconstitucional e reiterou que a medida pode trazer riscos à saúde. “A decisão de sancionar a liberação da comercialização desses anorexígenos no Brasil vai contra o que ocorre em outros países desenvolvidos, cuja competência para avaliar se estão aptos a serem oferecidos à população é das respectivas agências reguladoras”, informou.

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