Hábito de fumar mata 6 milhões por ano, alerta OMS

Número de fumantes cai, mas ainda responde por maior parte das mortes evitáveis do mundo (Marcello Casal Jr/ABr) São Paulo – Um bilhão de pessoas devem morrer por uso e […]

Número de fumantes cai, mas ainda responde por maior parte das mortes evitáveis do mundo (Marcello Casal Jr/ABr)

São Paulo – Um bilhão de pessoas devem morrer por uso e exposição ao fumo até o final deste século. O número é equivalente a uma morte a cada seis segundos. A previsão consta de relatório da Fundação Mundial do Pulmão e da Sociedade Americana do Câncer divulgado hoje (31), Dia Mundial sem Tabaco.

O tema definido pelo governo brasileiro para o Dia Mundial sem Tabaco é “Fumar: Faz Mal pra Você, Faz Mal para o Planeta”. Dados do Ministério da Saúde indicam que o percentual de fumantes no país passou de 16,2% em 2006 para 14,8% no ano passado. É a primeira vez que o índice fica abaixo dos 15%, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em abril.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS), que instituiu a data há 24 anos, alerta que o uso de produtos derivados do fumo é a segunda causa de mortalidade no mundo, respondendo por um em cada dez óbitos registrados entre adultos. O fumo só perde, em número de mortes, para a hipertensão.

O fumo é considerado pela OMS como uma das principais causas preveníveis de morte em todo o mundo. Entretanto, o cenário traçado pelo órgão é de epidemia global, já que o tabaco mata quase 6 milhões de pessoas todos os anos – mais de 600 mil delas são fumantes passivos.

“A menos que tomemos uma atitude, o tabaco vai matar mais de 8 milhões de pessoas [ao ano] até 2030, sendo mais de 80% em países de baixa e média renda”, ressaltou a OMS, em nota.

Na última década, as mortes pelo uso de tabaco triplicaram no mundo, chegando a 50 milhões. Somente em 2011, seis milhões de pessoas morreram, sendo 80% delas em países pobres e em desenvolvimento. De acordo com a fundação, o cigarro e outros derivados de tabaco são responsáveis por 15% das mortes de homens em todo o mundo e 7% entre as mulheres.

As projeções se baseiam no fato de que estudos indicam que o organismo de quem fuma continuadamente fica mais propenso a desenvolver doenças como câncer, ataques cardíacos, diabetes, doenças respiratórias crônicas, dentre outras.

A China é o país onde há mais vítimas do fumo. A cada ano, 1,2 milhão de pessoas morrem em decorrência do uso do tabaco. Esse número deve saltar para 3,5 milhões até 2030, segundo as entidades, que elaboram um atlas com dados sobre os efeitos do tabaco desde 2002.

Conforme o relatório, a indústria do tabaco tem trabalhado em todas as partes do mundo para postergar ou abolir a adoção de medidas contra o hábito de fumar, como propagandas de advertência, leis de restrição ao consumo e introduzindo no mercado produtos ditos de baixo teor. Nos últimos dez anos, 43 trilhões de cigarros foram consumidos e a produção cresceu 16,5% no mesmo período.

No último dia 13, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação e venda de cigarros com sabor no país, entre eles, os mentolados e de cravo. Os produtos sairão das prateleiras dentro de dois anos. Para a agência reguladora e entidades de combate ao tabagismo, os cigarros com sabor são usados pela indústria para atrair jovens e adolescentes. Os fabricantes rebatem a crítica e alegam que a proibição vai aumentar o comércio ilegal desses produtos no Brasil.

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