ONU: recursos para Aids no Brasil deveriam ser três vezes maiores

“Os recursos governamentais para a prevenção à Aids no país são insuficientes. Deveriam ser duas, três vezes maiores”. Essa é uma das críticas que o coordenador do Conjunto das Nações […]

“Os recursos governamentais para a prevenção à Aids no país são insuficientes. Deveriam ser duas, três vezes maiores”. Essa é uma das críticas que o coordenador do Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Pedro Chequer, fez ao governo brasileiro durante palestra em que abordou a história do Programa de DST/Aids. A apresentação integrou as atividades realizadas no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, para lembrar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, comemorado neste 1º de dezembro.

“O tratamento univeral não existe, pois em regiões com o Norte e o Nordeste não há acesso ao diagnóstico. E sem diagnóstico não há tratamento”, completou.

Durante a apresentação, Chequer fez em um resgate cronológico dos principais momentos da descoberta e do enfrentamento à aids no país. “A doença surgiu na década de 80, quando saíamos do regime militar e a Reforma Sanitária estava se organizando. Essa reforma foi fundamental para o avanço da saúde no Brasil”, lembrou.

“Em 1988 a nova Constituição Brasileira estabeleceu a saúde como um direito de todos. Não que isso garanta o acesso a esse direito, lamentavelmente, mas criou um processo político que foi a criação do Sistema Único de Saúde”, disse. Segundo o representante do Unaids, “ao menos na área da aids alcançamos um pouco o que diz a Constituição.”

“As ONGs têm papel fundamental no combate à epidemia no país, porém, o governo é que tem a função de garantir à população o acesso à saúde”, defendeu Chequer ao citar a criação do Gapa.

Em relação ao combate governamental à aids na década de 90, Chequer lembrou, entre outros momentos, a criação do medicamento AZT, em 1991; o decreto presidencial garantindo a distribuição gratuita de antirretrovirais às pessoas que vivem com aids, em 1996; o licenciamento compulsório do Efavirenz, emitido pelo país em 2007; e a modificação do Programa Nacional de DST e Aids para Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, em 2009.

“O ano de 1996 marcou um novo rumo no combate à epidemia no país com a distribuição gratuita dos antirretrovirais. Além disso, muitas vezes o Brasil adotou terapias que ainda não eram utilizadas na Europa”, avaliou.

Fonte: Agência de Notícias da Aids.

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