História de um beatle

John Lennon, Maria Rita Kehl, Índia, Léo e Bia, sabor de música e Chernobyl

O rock e a rebeldia de Lennon, em O Garoto de Liverpool (foto: divulgação)

O sonho de John Lennon era ser rei como seu ídolo Elvis Presley. O Garoto de Liverpool evidencia os dilemas do músico muito antes de ele se tornar um beatle. Criado pela controladora tia Mimi (Kristin Scott Thomas), Lennon, interpretado por Aaron Johnson, se desentende com as regras da escola e da tia, com quem vive, e reencontra sua mãe, Julia (Anne-Marie Duff), que o apresenta ao rock’n’roll. O filme de Sam Taylor Wood conta a história real do mito e, como não podia deixar de ser, é regado com música boa. Em DVD.

Crônicas de uma década

Os artigos que a psicanalista Maria Rita Kehl publicou em diversos veículos na última década podem ser conferidos no recém-lançado 18 Crônicas e Mais Algumas (Boitempo Editorial, 160 pág.). Um dos textos é o famoso “Dois pesos”, publicado por O Estado de S. Paulo um dia antes da eleição presidencial no ano passado, sobre a desqualificação dos votos dos pobres – e motivo de sua demissão pelo jornal. Crônicas e artigos do livro deixam claro o caminho que Maria Rita Kehl fez e faz para desvendar os sintomas sociais, mesmo aqueles ainda pouco compreendidos. R$ 30.

 Sonhos juvenis

Léo e Bia

Chegou às locadoras em outubro o primeiro trabalho de Oswaldo Montenegro como diretor de cinema (confira a entrevista com o músico na edição 46 da RdB). A releitura de Léo e Bia, musical de sucesso na década de 1980 montado pela Oficina dos Menestréis, de Montenegro, foi filmada em um único cenário – a sala onde se reúne o grupo de teatro. E nisso está a dualidade dessa história que se passa em 1973, em plena ditadura militar: o local dá uma sensação tanto de refúgio como de claustrofobia. Com Paloma Duarte, Françoise Forton, Fernanda Nobre e Emilio Dantas, o filme é uma homenagem musical à amizade e aos sonhos.

Degustação de música

O jornalista Gustavo Schiezaro, de Campinas, fez seu primeiro programa de música ainda na faculdade. Era um especial sobre Gilberto Gil. Na época nem existiam os podcasts, arquivos digitais de áudio que podem ser baixados ou ouvidos na internet. Hoje, com tanta tecnologia barata e disponível, Gustavo grava – na cozinha de sua casa – o saboroso Sintonia de Gusta, um programa trimestral de música contemporânea. As canções são escolhidas de acordo com o tema da edição. Mas nem a periodicidade nem as regras são assim tão rígidas: “Sempre procuro trazer coisas novas dos quatro cantos do país, mas não é uma regra. Já fiz um programa com releituras de Beatles, feitas por gente como Ella Fitzgerald, Aretha Franklin, João Donato. Brinquei com versões japonesas, albanesas… Enfim, coisas interessantes com as quais as pessoas geralmente se surpreendem”, explica o produtor, que lançou em outubro a 10ª edição, com o tema Deleite. A próxima deve sair em dezembro. Essa e outras degustações estão em http://sintoniadegusta.podomatic.com.

Dentro de Chernobyl

Os registros feitos in loco pelo artista e jornalista brasileiro Renato Negrão na Ucrânia resultaram na exposição Chernobyl/Pripyat: Vestígios de Existência, em cartaz até 18 de dezembro no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Textos, fotos, infográficos e mapas contam a história do acidente nuclear ocorrido em 1986, quando a Ucrânia ainda pertencia à extinta URSS. O ensaio fotográfico na cidade de Pripyat, planejada para os funcionários da usina, mostra o vazio e o abandono causados pelo desastre. Na Rua Pelotas, 141, Vila Mariana, de terça a sexta, das 7h às 21h, fins de semana e feriados, das 9h às 18h30. Grátis.

Diversidade indiana

Índia, no CCBB RJ

Um país com 1,21 bilhão de habitantes, 200 etnias e mais de 20 línguas oficiais está em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro. A mostra com quase 400 peças retrata a grandiosidade e a diversidade da Índia. Já na entrada, o visitante esbarra na imagem do deus Ganesha ao lado de uma enorme escultura contemporânea de Ravinder Reddy, artista indiano que une o hinduísmo ao pop. Dividida em quatro grandes temas – homens, reis, deuses e contemporaneidade –, Índia traz à tona o passado e o cotidiano, a tradição e a modernidade. Rua 1º de Março, 66. De terça a domingo, das 9h às 21h. Grátis. Até 29 de janeiro.