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Subversão

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Durante a revolução chinesa, Luo (Chen Kun) e Ma (Liu Ye) são enviados para as montanhas, num campo de “reeducação cultural”. Na produção franco-chinesa Balzac e a Costureirinha Chinesa, de Daí Sijie, Ma toca violino e Luo adora ler, mas o último livro que consegue manter escondido – um manual de receitas – é queimado. O violino escapa desse destino porque o dono convence o chefe da vila de que Mozart compunha para o presidente Mao Tsé-tung. Os amigos que trabalham na agricultura e na mineração logo conhecem a costureira do povoado (Zhou Chun), a paixão e o tesouro que ela esconde nas montanhas: livros de Balzac, Victor Hugo, Tolstoi e Flaubert. Disponível em DVD.

Revolta passageira

Delicado e engraçado, o primeiro longa-metragem da francesa Julie Gavras, A Culpa é do Fidel! (La Faute a Fidel, 2006), mostra como a vida de Ana (Nina Kervel-Bey), de 9 anos, e de seu pequenino irmão François (Benjamin Feuillet) mudam depois da prisão do tio espanhol, comunista. A família abandona a confortável vida de classe média e adota hábitos “igualitários”, e a menina acaba aprendendo novos valores. A diretora inspirou-se em sua própria história. Julie é filha do cineasta grego Constantin Costa-Gravas, conhecido por seus romances ambientados em cenários de conflitos políticos (como Desaparecido,1982, sobre o golpe militar no Chile, e Z, 1969, sobre a ditadura na Grécia). E acerta a mão ao retratar os efervescentes anos 1970 pelo olhar de crianças, assim como fez Cao Hamburger no brasileiro – e também imperdível – No Ano em que Meus Pais Saíram de Férias. Disponível em DVD.

A arte de reagir

Apesar de a medicina vir alcançando avanços no tratamento de diversos tipos de câncer, a reação à descoberta e o convívio com a doença ainda afetam radicalmente as pessoas envolvidas. Conhecer sobre o assunto pode ser, mais que um alento, um meio de encontrar esperança, energia e atitudes. Essa é a linha do livro de Isa Oliveira, A Arte Vencendo a Dor, que a partir do caso de sua mãe, relatado com qualidade literária, traz informações científicas básicas, direitos e endereços de entidades de apoio. Parte da receita das vendas vai para a ONG Cidadania e Moradia. À venda no site www.letrasdopensamento.com.br. Contato com a autora: [email protected]

Não faz diferença

Tolerância religiosa é o tema do romance Minhas Contas (Cosac & Naif), de Luiz Antonio. Pedro e Nei são inseparáveis, mas a mãe do primeiro o proíbe de brincar com o amigo por causa dos fios de conta que usa no pescoço. A história da amizade abalada pelo preconceito celebra a cultura africana e aponta que nada há de diferente entre uma pessoa que usa um crucifixo, guias ou contas ou entre quem veste uma quipá, um turbante ou um manto colorido. Cores e objetos da religiosidade afro inundam as páginas nas ilustrações de Daniel Kondo. R$ 30, em média.

A Paula é pop

Nosso, primeiro DVD-solo de Paula Toller, reúne dois discos da cantora. Corajoso e maduro, o show foi gravado no Teatro Oi Casa Grande (RJ) e editado pelo próprio marido, Lui Farias, também integrante da banda Kid Abelha. Paula, à vontade no palco, passeia desenvolta pelo pop brasileiro e mistura Claudinho e Buchecha com Rita Lee (Só Love e Saúde), revê hits da própria banda (Nada Por Mim e Grand’Hotel), relança Derretendo Satélites e faz uma versão de Fly Me To The Moon. Passa novamente por Oito Anos, que fez para seu filho Gabriel (hoje com 18), se envolve com Carmen Miranda em E o Mundo Não se Acabou, e volta à Tropicália com Mamãe Coragem, de Caetano Veloso e Torquato Neto. O DVD é também a primeira produção da La Toller LMC Filmes. Sem preço definido.

E o Skank é rock

Vinte anos de estrada, nove discos, mais de 5 milhões de álbuns vendidos e a banda mineira Skank ainda consegue surpreender. Com a volta do produtor musical Dudu Marote e da parceria com o ex-titã Nando Reis, o grupo caprichou na mistura rock-reggae-ska no Estandarte (Sony/BMG) que, apesar de ótimo, não dá sinais de que vai emplacar nas FMs como aconteceu como Calango (1994) e Samba Poconé (1996), mas que certamente vai agitar as pistas de dança. A cereja do bolo está em Ainda Gosto Dela, com participação especial de Negra Li. R$ 18, em média

Caixas do Leon

A obra do cineasta carioca Leon Hirszman (1937-1987) está sendo restaurada pela Cinefilmes, com apoio do Ministério da Cultura, da Cinemateca Brasileira e patrocínio da Petrobras. No final de 2008 foi lançada uma caixa de DVDs com Eles não Usam Black-Tie (1981), ABC da Greve (1979), Ecologia (1973), Megalópolis (1974), Pedreira de São Diogo (1962) e o documentário inédito Deixa que Eu Falo (2007), de Eduardo Escorel. No início de 2009 saiu a segunda leva, com São Bernardo (1972), da história de Graciliano Ramos sobre o caixeiro viajante que enriquece e passa a desprezar o afeto e a solidariedade de classe, Maioria Absoluta (1964), uma visão do analfabetismo, e Cantos do Trabalho (1975), os cantos entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Até 2010, a coleção deve ter outras duas caixas. Bom para relembrar a incrível obra desse respeitado pioneiro do Cinema Novo. R$ 70, em média.