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Pop e erudito na trilha

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Filme de Sofia Coppola disponível em dvd

O filme de Sofia Coppola, que conta a história da menina austríaca que virou rainha da França, não é grande coisa, mas a trilha sonora de Marie Antoinette é. As 26 faixas do CD duplo trazem, entre outros, Cure, Gang of Four, New Order, Malcolm McLaren (Sex Pistols), Strokes, Siouxsie and The Banshees. Os artistas fora do mundo pop também são de grande qualidade, como a cravista norte-americana Patricia Mabee e o pianista Dustin O’Hallopran. A partir de R$ 40.

Copa, ditadura e Bom Retiro

Cao Hamburger, criador de Castelo Rá-Tim-Bum, é diretor do excelente O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, lançado em DVD. É o ano de 1970 pelo ponto de vista de um garoto apaixonado por futebol que é obrigado a deixar sua vida para trás para viver com o avô, enquanto seus pais, militantes clandestinos perseguidos pelo regime militar, tiram “férias” forçadas.

Sob os cuidados da comunidade judaica do bairro paulistano do Bom Retiro, Mauro (Michel Joelsas) segue lance por lance a campanha da seleção brasileira tricampeã no México. A fotografia e as atuações de Joelsas, da menina Hanna (Daniela Piepszyk) e do velho Shlomo (Germano Haiut), guardião do garoto, são primorosas. O filme merece ser visto e revisto.

Caminhada de 640 quilômetros

Roberto Buzzo começou na Estrada dos Romeiros, em Santana do Parnaíba (Grande SP), e terminou em Fernandópolis, cruzando o estado no sentido sudoeste-nordeste. “Fiz o Caminho do Sol, de 270 quilômetros, e no final resolvi esticar e visitar meus pais”, conta. O que viu, ouviu e sentiu está relatado no bem-humorado Diário de um Bandeirante Ligeiramente Atrasado e Totalmente Desarmado, cujo prefácio anuncia: “Deixai toda a frescura, ó vós que entrais”. Nada de metáforas de auto-ajuda: o livro traz 85 crônicas das experiências vividas por um andarilho que se vestia como astronauta, recusou caronas, tomou café em delegacia de polícia, enfrentou cachorros, cruzou culturas e desafios. Por duas vezes, atravessou 32 cidades e 17 povoados em 14 dias, três dormidos em hotéis e 11 na beira da estrada. Patrocinado pelo programa Cultura da Gente, do Banco do Nordeste, o livro foi produzido pela editora-laboratório da
ECA/USP. Vendas: [email protected]. R$ 15.

Orfeu, o primeiro encontro

Poucos espetáculos foram tão importantes para a cultura brasileira quanto Orfeu da Conceição. Essa adaptação para os morros cariocas do mito grego Orfeu – aquele que foi esquartejado pelas Bacantes por ciúme de seu devotado amor por Eurídice – é fundamental para a música brasileira. Representa o primeiro encontro da poesia de Vinicius de Moraes com a música de Tom Jobim. O resultado são clássicos como Se Todos Fossem Iguais a Você e Lamento no Morro, interpretados pelo bom e pouco lembrado Roberto Paiva. Ainda vale a pena conferir Vinicius recitando o marcante Monólogo de Orfeu. Finalmente, a peça musical saiu em CD (EMI). Em média, R$ 24.

Cem horas com Fidel

Fidel Castro: Biografia a Duas Vozes (Boitempo, 624 páginas), do escritor e jornalista Ignacio Ramonet (Cien Horas con Fidel, em espanhol), é resultado da mais longa entrevista já concedida pelo líder cubano. Fala de globalização, Tony Blair, George W. Bush, terrorismo, meio ambiente, Alca, América Latina e planos para o futuro. As conversas com Ramonet foram gravadas antes do adoecimento do líder cubano.

“O volume de informações é uma referência permanente para quem quiser entender melhor a história desse homem e de sua revolução”, destaca Fernando Morais, na apresentação. R$ 66.

Tom Zé nas telas

Chega aos cinemas em maio documentário que retrata a vida e a obra de um dos mais controversos artistas brasileiros. Fabricando Tom Zé tem como fio condutor sua turnê pela Europa em 2005, alternando narrativas das diversas fases de sua vida: do início de sua carreira musical – saído de Irará, na Bahia – ao Tropicalismo, passando pelo período em que se manteve no esquecimento até que o talking head David Byrne o “desenterrou de um túmulo que tinha por cima um prédio de 15 andares”, conforme afirma. Além de Byrne, o documentário traz depoimentos de Neusa Martins, sua eterna companheira; Roberto Santana, produtor musical; Henry Laurent, executivo da gravadora BMG da França; Gilberto Gil e Caetano Veloso, companheiros de Tropicalismo. A direção é de Decio Matos Jr.

Lições de Moacyr Scliar

Autobiografia, ficção, boa mistura? Um Sonho no Caroço do Abacate, de Moacyr Scliar, é uma obra-prima contra o preconceito. Em apenas 75 deliciosas páginas, trata de temas como preconceito, ética, amor, amizade, dor. O livro conta a história do jovem Mordoqueu Stern, que, como o autor, é descendente de judeus. “Tive sorte de nascer no Brasil. Se meus pais não tivessem emigrado, se tivessem ficado na Europa, eu poderia nem ter nascido – ou poderia virar cinza num forno crematório, como aconteceu a muitas crianças. Escapei desse destino e por isso sou grato ao nosso país. Que, no entanto, não está totalmente livre da intolerância”, destaca Scliar. Coleção Jovens Inteligentes, da Global Editora. R$ 19.

O artista curitibano

O Museu Oscar Niemeyer apresenta mostra do pintor Luiz Carlos de Andrade Lima (1933-1998). São cerca de 70 pinturas e desenhos da década de 50 à de 90, ilustrando os mais diversos temas populares e cotidianos: de Cristo e São Francisco a bares e mulheres. O “cronista de Curitiba”, como ficou conhecido, foi pintor, desenhista, gravador, escultor, ilustrador e poeta. Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, Curitiba, tel. (41) 3350-4400. Terça a domingo, 10h às 18h. Até 17 de junho. R$ 4 e R$ 2 (estudantes).