Senado

‘Alckmin não vai a lugar nenhum, a menos que dê golpe’, afirma Gleisi

Em discurso no Senado, senadora ataca política neoliberal de Temer e dos tucanos, cortes em programas sociais, privatizações e preços dos combustíveis e avisa: 'Vamos lutar, e vamos lutar com Lula'

Agência Senado

“Não vamos desistir do Brasil. Vamos lutar, e vamos lutar com Lula”, avisou a senadora

São Paulo – Em discurso na tribuna do Senado na tarde de hoje (12), a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT, atacou a política econômica do governo Michel Temer, citou uma série de notícias reveladoras da crise brasileira e destacou a responsabilidade do PSDB sobre as dificuldades e desesperança da população. “Não era essa gente que ia consertar Brasil? Essa gente não entende o povo brasileiro. Vamos explicar para o mercado, para a Rede Globo, para os golpistas: mais de 50% da população brasileira ganha até dois salários mínimos”, disse. “É o que essa gente paga por um jantar. Eles não têm noção do que é buscar álcool no posto de gasolina para cozinhar.”

Segundo ela, o baixo índice de intenção de votos no pré-candidato tucano à Presidência da República, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, reflete a compreensão da população do papel dos tucanos na política de ajuste neoliberal de Temer. “Alckmin não sobe nas pesquisas e não vai subir. Esse não entende de povo. Eles ajudaram a dar o golpe. Temer é que está fazendo isso, com o PSDB, com os tucanos”, afirmou. “Não vão ter candidato competitivo. O Alckmin não vai a lugar nenhum, a menos que dê (novo) golpe. Uma eleição se faz com o povo, e o povo não quer a política neoliberal.”

Ela destacou os cortes em programas sociais, na educação e na saúde como os principais exemplos de políticas perversas postas em prática pelo governo. “Vocês estão aumentando o sofrimento de gente. Aí não sabem por que, quando fazem uma pesquisa, dá 30% para Lula mesmo preso. E quando começar a campanha vai aumentar.”

Segundo pesquisa Datafolha divulgada no domingo (10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 30% e é seguido por Jair Bolsonaro (PSL-RJ), com 19%, Marina Silva (Rede), com até 15%, e Ciro Gomes (PDT), entre 10% e 11%. Alckmin aparece apenas em quinto lugar, com 7%.

A petista mandou um recado “aos algozes do Lula: não vamos desistir do Brasil. Vamos lutar, e vamos lutar com Lula, porque ele tem condições de tirar o Brasil dessa crise”.

Além das dificuldades vividas pela população com o preço do gás de cozinha e o custo da energia elétrica, ela citou o aumento do preço do frango congelado no atacado, com alta de 44,5%; as indefinições sobre a tabela de frete, “que travam o transporte de carga no país”; o dólar em alta; as baixas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2018; a Bolsa em queda; e o risco Brasil, que subiu para 76% em três meses. 

“Era esse resultado que o mercado queria? Infelizmente, a notícia é que tudo só vai piorar. Não tem como dar certo. As coisas só vão piorar”, disse a senadora. Ela lembrou a política de privatizações na Petrobras e no setor elétrico do país. “Daqui a pouco o preço da energia elétrica sobe todo dia. As pessoas vão ter que voltar ao lampião.”

“Estamos falando sobre gente. Não estamos falando sobre números, indicadores macroeconômicos. Mercado, vocês não dão certo aqui com essa política neoliberal”, avisou. “Hoje vi um analista de mercado dizendo que a população tem que entender que tem de ter ajuste fiscal. Que pérola! Vai viver com salário mínimo, seu safado.”

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