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Manifestantes criticam privatização da Eletrobras e são expulsos do Congresso

Eles foram retirados pela polícia legislativa a mando do presidente da comissão que discute o PL, Hugo Mota (PRB-PB). Movimentos sociais estão em Brasília dia para contestar privatizações

MAB

‘Água é vida, não mercadoria’, gritavam manifestantes

Brasília – A tarde desta terça-feira (8) foi de confusão na comissão especial da Câmara dos Deputados que aprecia o Projeto de Lei (PL) 9463/18, referente à privatização da Eletrobras. Durante uma das últimas audiências públicas sobre a matéria, integrantes da base do governo não aceitaram críticas feitas por manifestantes ao ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o presidente da comissão, deputado Hugo Mota (PRB-PB) pediu a retirada dessas pessoas do local. A iniciativa criou um ambiente de tensão no local.

Os manifestantes são representantes de vários movimentos sociais. Estão em Brasília desde domingo (6) para participar de atos contra as privatizações. 

O relator do PL, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), pretende apresentar nesta quarta-feira (9) parecer sobre a matéria, com o objetivo a permitir que comece a correr o prazo de cinco sessões plenárias para leitura do texto e apresentação de emendas.

Durante a audiência, os manifestantes rebateram Eduardo Guardia, segundo informação divulgada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Eles contestaram as posições do ministro no momento em que Guardia apresentou a Vale como “modelo” para a Eletrobras.

A mineradora, mineradora privatizada em 1997, foi lembrada como controladora da Samarco e responsável pela tragédia ambiental em Mariana (MG), que despejou 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos na Bacia do Rio Doce.

As palavras do ministro da Fazenda, segundo destacaram os ativistas expulsos da comissão, lembraram outras já repetidas pelo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, responsável por autorizar gastos de R$ 2 milhões para a estatal fazer publicidade negativa de si mesma.

A retirada dos manifestantes foi feita pela segurança legislativa do Congresso e, logo depois, a reunião da comissão passou a ter acesso restrito apenas para jornalistas, assessores e parlamentares.

“Foi mais um ato de autoritarismo deste estado de exceção. Apenas mostramos nossa indignação contra o cinismo deste governo que apresenta a Vale, que já foi eleita a pior empresa do mundo em 2011, como modelo para a Eletrobras. E o presidente ainda vem mentir dizendo que a tarifa vai cair, sendo que eles já foram desmentidos pela própria Aneel”, diz o portal do MAB.

Integrantes de vários movimentos sociais estão em Brasília desde o início do dia para protestar contra as privatizações. Durante a manhã, seminário promovido pelo movimento “Se é Público é Para Todos” do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.

Assista à reportagem da TVT

 

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