Vigília em Curitiba

‘Lula livre é bandeira que deve unir lutadores sociais’, diz Manuela

Deputada do PCdoB afirma que sua candidatura também serve para a liberdade do ex-presidente. Parlamentares europeus lançaram manifesto contra a prisão de Lula

Ricardo Stuckert

Para Manuela, estar em Curitiba causa tristeza pela injustiça com Lula, mas dá esperança por estar com quem acredita no Brasil

São Paulo – Presente mais uma vez na Vigília Lula Livre, em Curitiba, a deputado estadual e pré-candidata à Presidência da República Manuela d’Ávila (PCdoB) disse nesta quarta-feira (16) que voltar à capital paranaense é um sentimento dúbio. Por um lado, afirmou que cada encontro com os militantes da Vigília representa os milhares de brasileiros que sabem que a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma das perspectivas de construção de um Brasil soberano e justo para o trabalhador. “Mas representa também que segue preso o maior líder popular da história”, ponderou, além de representar ainda a injustiça e a existência de um ativismo judicial.

“Vir aqui é sempre a mistura de duas sensações: a tristeza do país que comete esta injustiça, e a esperança de saber que somos muitas vozes que acreditam num Brasil, que acreditam no povo brasileiro e que Lula deve ser livre para reencontrar seu povo”, afirmou Manuela.

A deputada gaúcha lembrou que a militância do PCdoB sempre esteve ao lado da luta pela democracia e a liberdade, e que Lula sabe disso. Agora, disse que a sua própria candidatura à presidência é também um instrumento pela liberdade de Lula.  

“Nós não compreendemos um Brasil que luta pela desigualdade, enquanto uma injustiça como essa seguir acontecendo. Lula livre é a bandeira que deve unir todas e todos lutadores sociais”, afirmou. 

Apoio europeu 

Também nesta quarta-feira (16), dezenas de parlamentares europeus de diversos países e partidos, entre deputados e senadores, emitiram um manifesto dizendo estarem “inquietos com a prisão arbitrária” de Lula.

“Após o Golpe de Estado institucional contra Dilma Rousseff, em 2016, a recente prisão de Lula, sem provas, não pode deixar nenhum democrata indiferente. A quantas anda o respeito ao Estado de Direito no Brasil?”, questionam os europeus.

No documento, os parlamentares afirmam que Lula representa uma alternativa para os brasileiros diante da crise pela qual o país atravessa e que, neste sentido, Lula é “incômodo para aqueles que tomaram o poder e que não pretendem abandonar seus cargos”.

“O simulacro de processo contra Lula revelou igualmente a parcialidade de uma parte do Ministério Público e do poder judiciário brasileiro. Ele se deu com o apoio dos grandes meios de comunicação e de parte do Exército, que aproveitou para interferir nas questões políticas e judiciárias em curso, o que é muito preocupante em um país ainda marcado pelos estigmas da ditadura militar que se estendeu de 1964 a 1985”, afirma o manifesto.

No texto, os parlamentares ainda citam o momento político tenso do Brasil, com o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, e os tiros contra a caravana do ex-presidente Lula durante passagem pela região Sul do país.

“Nenhuma oposição política poderia justificar a denegação democrática que reina hoje no Brasil. Nenhum processo judiciário deve ser utilizado para fins políticos, a fim de reduzir ao silêncio um líder carismático porque este incomoda. Se a luta contra a corrupção é legítima e essencial, ela não deve ser travada em detrimento da presunção de inocência e do respeito à Constituição”, diz o documento, que termina convocando “os democratas do mundo inteiro a reagir” e se opor à prisão arbitrária de Lula.

 

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