Tiro pela culatra

Filho de Jango aponta ‘covardia’ de Moro e impasse político

João Vicente Goulart diz que juiz 'prestará contas' em sua próxima viagem aos Estados Unidos. E vê risco para as eleições de outubro

Instituto Presidente João Goulart

Para filho do ex-presidente, deposto em 1964, Moro quis evitar cena de Lula “fazendo o símbolo da vitória”

São Paulo – Filho do ex-presidente João Goulart, deposto em 1964, e pré-candidato à Presidência da República pelo PPL, João Vicente Goulart criticou o juiz Sérgio Moro e afirmou que o país vive um impasse político. “Lula agora entrincheirado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, chamando o povo para as ruas ao redor do prédio, a estabilidade política do país em risco, pois terá que ser chamada a forca pública, talvez até as forças armadas, trazendo a possibilidade da extensão da intervenção que foi feita no Rio de Janeiro a São Paulo e quem sabe a todo o Brasil, e teremos o golpe culminado com a suspensão das eleições de outubro”, escreveu João Vicente em rede social. 

“É esse o tiro pela culatra que sua excelência Sergio Moro desejava para o Brasil?”, questionou, para na sequência afirmar que apenas em sua próxima viagem aos Estados Unidos o juiz “prestará contas”. 

Para o filho de Jango, o despacho de Moro ao decretar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “é de uma peculiaridade política digna daqueles ‘espertos’, que usam da benevolência jurídica escondido atrás da pedra que atira”. Eles questionou uma suposta “benevolência” do magistrado, ao permitir que Lula se apresentasse por sua própria vontade em Curitiba e até preparado uma cela do “Estado Maior” – “Literalmente verborragia da caserna”, observou –, além de vetar o uso de algemas. 

“Se vocifera, como vem vociferando, há muito tempo que a justiça é igual para todos, por que estas gentilezas, com o seu réu predileto, do alto de sua magistratura?”, questiona João Vicente, para ele mesmo responder: “Medo! Covardia! Esperteza política para não ter que ver uma foto de Lula algemado, com as mãos para cima, fazendo o símbolo da vitória para o Mundo”.

Ele fala em “covardia” porque Moro, “como autoridade que decretou a prisão do ex-presidente”, não se anima a dar voz de prisão a Lula – “caso que se o fizesse, seria sim o super-homem que dizem ser os bate-panelas de plantão”.

 

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