Lula: perseguição é carregada de mentiras. ‘Não serei preso. Haverá justiça neste país’

Depois de tarde tensa em Passo Fundo, caravana encerra passagem por Rio Grande do Sul com ato caloroso em São Leopoldo. E começa neste sábado jornada em Santa Catarina

Ricardo Stuckert

‘A gente não pode fazer o jogo rasteiro que eles estão fazendo. Não podemos utilizar as mesmas armas’

São Paulo – A edição da Caravana Lula pelo Brasil entra hoje, em seu sexto dia, na etapa catarinense. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de Dilma Rousseff, parlamentares e integrantes de movimentos sociais, participa de ato público em defesa da educação em Florianópolis, depois de a comitiva realizar reunião com reitores e diretores universitários do estado.

À noite, está programado ato público em Chapecó, a 550 quilômetros da capital, localidade que amanheceu contaminada pelo clima de tensão que marcou a passagem por Passo Fundo, na tarde desta sexta-feira (23). Um grupo de fascistas se aproximou da Praça Coronel Bertaso, onde haverá a manifestação com tratores, relhos e fogos de alto impacto, e chegou a dirigir ameaças de agressão aos organizadores do ato.

A tensão foi debelada, após ação determinada autoridades acionadas pelos apoiadores da caravana. O local combinado para o ato ficou reservado para o público apoiador da caravana. Os opositores terão de se reunir em outro ponto. Ontem, a polícia não impediu o bloqueio da caravana.

Ricardo StuckertLula e Manuela
A pré-candidata do PCdoB à Presidência acompanha Lula em São Leopoldo

 

A atividade de encerramento, por sua vez, em São Leopoldo, teve grande participação popular e devolveu o clima de festa cívica habitual das passagens da caravana. E Lula discursou para milhares de pessoas com a energia peculiar.

Não fiquem nervosos porque aconteceu a manifestação (contrária à caravana) em Passo Fundo. Aconteceu também em Bagé. No dia 27 de junho de 2005, quando anunciei a criação da Unipampa tinha 40 mil pessoa para bater palma para mim. Agora tinha meia dúzia de tratores que cercaram a Universidade para a gente não ir. E o que é mais grave, o Ministério Público, exortando das suas funções, mandou uma carta ao reitor dizendo que me receber era fazer política. Nós chegamos lá e não tinha quem recebesse a gente, mas estava cheio de aluno”, lembrou, citando ainda os atos “extraordinários” em São Borja e em Livramento, com Pepe Mujica.

E voltou a falar de projetos de retomada. “Eles sabem que nós sabemos como consertar esse país. Agora estou mais esperto, mais calejado. E quero voltar para que o mundo aprenda a respeitar esse país. Não podemos permitir que eles desmontem o Brasil, o BNDES, destruindo a Caixa Econômica, a indústria naval que em Rio Grande chegou a ter 24 mil trabalhadores. Agora compram na Ásia, a gente gerando emprego na Coreia, na China”, listou, para em seguida provocar: “Eu que já tô velhinho, podia estar em casa descansado, quero dizer para eles que tenho 72 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20”.

Ricardo StuckertEstudante com Lula e Dilma
Estudante de instituição federal exibe diplomas e agradece presidentes petistas

Lula estava acompanhado de Dilma, do ex-ministro Miguel Rossetto, pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, do ex-governador Olívio Dutra, do prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), e da deputada estadual (PCdoB-RS) Manuela D’Ávila, também pré-candidata à Presidência da República.

“A gente não pode fazer o jogo rasteiro que eles estão fazendo. Não podemos utilizar as mesmas armas. Não vamos dar a outra face, mas não vamos ser ignorantes, não vamos cercar ninguém. Vamos ensinar para eles, que são cabos eleitorais de um candidato e muita gente aposentada da polícia, e ficaram nervosos porque eu disse que muitos estavam com as máquinas que nem pagaram aos governo. Tem duas alegrias para alguns fazendeiros: uma é quando conseguem os créditos do Banco do Brasil e a outra é quando não pagam”, criticou Lula.

O ex-presidente voltou a questionar a perseguição judicial e afirmou ser vitima de uma mentira do jornal O Globo que desencadeou uma sucessão de mentiras: o “inquérito mentiroso” da Lava Jato, a “acusação mentirosa” do Ministério Público, a “decisão mentirosa” do juiz Sérgio Moro. “Se eu tivesse o rabo preso eu não estaria gritando contra eles. Não vou ser preso porque não cometi nenhum crime e tenho certeza que nesse pais haverá justiça”.

Com reportagem de Cláudia Motta e informações da Agência PT

Ricardo StuckerctLula em São Leopoldo
Depois de Passo Fundo, caravana em São Leopoldo. Praça cheia de esperança, gratidão e resistência

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