DEMOCRACIA EM RISCO

Advogada é ameaçada por grupo que comemorou ataques à caravana de Lula

Ameaça será incluída em notícia crime ao Ministério Público na próxima segunda-feira

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Troca de mensagens no Whatsapp, com ameaças ao ex-presidente e a advogada: sem qualquer constrangimento

São Paulo – O Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD) vai editar a notícia crime oferecida ao Ministério Público (MP) nesta semana contra o grupo que organizou e comemorou, via whatsapp, os ataques à caravana do ex-presidente Lula pela região Sul do País. Será incluída mais uma denúncia: a ameaça de morte a uma das advogadas do Coletivo. A entrega da representação ao MP será na segunda-feira (2).

Segundo a advogada, o grupo que promoveu os ataques, em conversas pelas redes sociais, diz que, como ela “apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo”, querem identificá-la.

“Nas conversas eles dizem que ‘querem me encontrar, para me abraçar’, numa clara evidência de ameaça de morte”, relata a advogada, esclarecendo que o termo “merece um abraço” significa, na verdade, uma ameaça à vida.

A advogada explica que na reportagem veiculada na TV sobre a entrega da notícia crime ao MP aparece a imagem dela e de outro advogado do Coletivo. “Porém, as ameaças são direcionadas somente a mim”, diz.

“Chama a atenção que esse grupo prossiga fazendo ameaças. É inadmissível que num estado democrático pessoas possam fazer esse tipo de ameaças, de atos preparatórios para o cometimento de um atentado e ficarem impunes”, desabafa.

Segundo ela, os ataques são feitos por grupos de extrema direita que praticam atos fascistas e que são capazes de tudo. “Tem gente, entre eles, fortemente armada”.

Esse grupo nem sabe que somos um coletivo de advogadas e advogados e que não entrei com a representação sozinha”, esclarece.

O Coletivo, segundo a advogada, vai pedir as providências cabíveis ao caso porque o advogado é apenas um representante que deve ser respeitado como tal, dentro de suas prerrogativas, sem que se isso seja confundido. “Não permitiremos que isso aconteça sem tomarmos as medidas legais”, finaliza.

Com informações da CUT