Consciência

‘A única certeza é que só no dia que eu morrer vou parar de lutar’, diz Lula

Ex-presidente acompanha julgamento do TRF4 no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Para ele, os ataques que recebe não são tão graves quanto os ataques do golpe aos trabalhadores

SMABC

Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde acompanha o julgamento de seu recurso no TRF4

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu por instantes o acompanhamento do seu julgamento para um breve pronunciamento a militantes e apoiadores que se concentram no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, nesta quarta-feira (24). “Estou tranquilo e consciente do que acontece no Brasil. Tenho certeza que não cometi nenhum crime e espero que a decisão seja 3×0 (pela absolvição), que eles digam que o juiz errou. Se vai acontecer ou não, não sei, mas a única coisa certa e justa seria isso. Se não acontecer, temos muito tempo para mostrar os erros e os equívocos desse processo”, disse o ex-presidente, no auditório da entidade que presidiu entre 1975 e 1981.

Apesar da tensão do momento, Lula lembrou do golpe iniciado em 2015 e afirmou que seu “problema” é pouco se comparado à situação de milhões de brasileiros afetados pelas medidas do governo Temer. “Tenho muita noção dos problemas que estamos vivendo, e o que está acontecendo comigo é muito pouco diante do que acontece com milhões de desempregados, com os milhões que vão ser sacrificados por essa reforma da Previdência que querem aprovar, e os milhões que vão ser atingidos pela reforma trabalhista que fizeram.”

Agradecendo o apoio dos trabalhadores e dos movimentos sociais mobilizados em todo o Brasil, além da solidariedade internacional recebida de representantes de vários segmentos, Lula voltou a dizer que seus julgadores não devem ter a consciência tranquila como a dele e afirmou que sua luta continuará. “Vamos aguardar. A única certeza é que só o dia em que eu morrer, vou parar de lutar.”

O ex-presidente é aguardado na manifestação que será realizada na Praça da República, no centro de São Paulo, a partir das 17h, convocada pela CUT, as principais centrais sindicais do país, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

  

 

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