Polêmica pedagógica

Sob tumulto, projeto ‘Escola sem Partido’ não é votado em São Paulo

Criticado por professores e especialistas em educação e aclamado por setores religiosos e conservadores, projeto que limita a atuação pedagógica em sala de aula seguirá em discussão

Reprodução/Facebook

Apesar do protesto de professores, projeto semelhante foi aprovado em Jundiaí, em setembro

São Paulo – Com as galerias da Câmara Municipal paulistana lotadas de apoiadores e pessoas contrárias ao polêmico Escola sem Partido, o projeto do vereador Eduardo Tuma (PSDB), que estava previsto para ser votado nesta quarta-feira (6), não foi analisado pelos vereadores. No início da tarde, com a ausência do vereador e presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), Tuma comandou a sessão e chegou a anunciar que o projeto sairia da pauta de hoje e seria votado amanhã (7). 

Mais tarde, já com Milton Leite presidindo a sessão, parlamentares que fazem oposição ao governo de João Doria (PSDB) foram ao microfone para negar qualquer possibilidade do projeto ser votado nesta quinta-feira. “Não vai passar não! Não tem acordo com o PT. Se não tirar da pauta, não vai andar nada aqui hoje”, afirmou o vereador Antônio Donato (PT). Manifestação semelhante teve Toninho Vespoli. “Não tem acordo com o Psol. É um projeto polêmico, não tem acordo. O Psol está em fase de obstrução. Não vai passar o ‘Escola sem Partido’ aqui na Câmara”, anunciou.

Por ainda não ter tramitado em todas as devidas comissões temáticas da Casa, o projeto do vereador Tuma só pode ir a plenário se houver acordo entre os líderes partidários.

Militantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Direita São Paulo tornaram a sessão plenária bastante tumultuada desde o seu início. Em diversas ocasiões, o presidente da Câmara ameaçou esvaziar as galerias caso os apoiadores do projeto não respeitassem a palavra dos parlamentares contrários ao Escola sem Partido, projeto que usa o pretenso argumento de evitar a “doutrinação ideológica” nas salas de aula, mas que professores e estudiosos da educação afirmam se tratar, de fato, de censura ao trabalho dos profissionais na sala de aula.

Após muitas discussões, os vereadores concordaram em analisar nesta quarta-feira apenas o orçamento de 2018 da prefeitura de São Paulo.

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