Contra o desmonte

Urbanitários e governadores do Nordeste reagem à privatização da Eletrobras

Federação dos Urbanitários entrega dossiê a Lula, em que alertam contra venda de patrimônio de R$ 370 bilhões por R$ 20 bilhões. Em carta, os nove governadores prometem mobilizar suas bancadas no Congresso

Eletrobras

Temer quer vender sistema por menos de 10% do valor e ainda com recursos do BNDES

São Paulo – Trabalhadores do setor de energia aproveitaram a passagem da caravana Lula pelo Brasil nesta terça-feira (5) para entregar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva um dossiê condenando o projeto de privatização do sistema Eletrobras. De acordo com o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão, Fernando Pereira, privatizar o setor significa aumento de tarifa, desemprego e desindustrialização.

“Estamos na luta contra a privatização do setor elétrico estatal. Pasme, um patrimônio público avaliado por agências internacionais em R$ 370 bilhões, o governo quer vender pela bagatela de R$ 20 bilhões, e ainda com 80% financiado pelo BNDES. É um crime contra a nação e nós, brasileiros, não podemos permitir que isso aconteça”, afirmou Pereira, que também é secretário de Energia da Federação Nacional dos Urbanitários.

O dossiê, segundo o sindicalista, traz um raio X do sistema elétrico, do potencial de geração e distribuição do país ainda sob controle público, uma vez que boa parte dessas empresas, que faziam parte do Programa de Desestatização criado ainda no governo Fernando Henrique, foi retirada do programa pelo governo Lula, em 2004.

Também nesta terça-feira os governadores dos noves estados do Nordeste divulgaram uma carta em que condenam o projeto de Temer. De acordo com texto publicado pelo Poder 360, os governadores se dizem dispostos a levar as bancadas de seus Estados no Congresso a rejeitar as mudanças do setor energético. “A prevalecer o que está dito na carta enviada a Michel Temer, dificilmente o Planalto terá sucesso para avançar com as alterações propostas até agora”, observa o texto.

“Entendemos que um setor que exerce tamanho impacto sobre todas as cadeias produtivas e camadas sociais não deve, em hipótese alguma, financiar ou cobrir déficits no caixa do governo”, afirma a carta assinada por Renan Filho (PMDB-AL), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Flávio Dino (PCdoB-MA), Ricardo Coutinho (PSB-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Robinson Faria (RN) e Jackson Barreto (SE). A carta pode ser lida aqui.

 

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