Falta de legitimidade

Feijóo: presidente golpista não pode criticar a Venezuela

Comentarista do Seu Jornal diz ser no mínimo 'curioso' que Temer, no poder por conta de um 'golpe jurídico-midiático-parlamentar-empresarial', critique Maduro, eleito pelo voto popular

Beto Barata/PR

Venezuela foi o prato principal de jantar que reuniu Trump e presidentes da América do Sul

São Paulo – O comentarista político José Lopez Feijóo coloca em xeque a credibilidade política e moral do presidente Michel Temer, que na abertura da 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (19), afirmou que a Venezuela vive uma ditadura. “É curioso que um presidente que chegou ao poder através de um golpe jurídico-midiático-parlamentar-empresarial se atreva a criticar o presidente de um outro país que foi eleito pelo voto popular”.

Após a Assembleia, Temer se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um jantar, na companhia de outros líderes da América do Sul, para alinhar o discurso e ações pela derrubada do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. 

Estará o Brasil embarcando em uma aventura militar contra países vizinhos? É este o país que nós queremos? Um país envolvido em guerra, que destrói os direitos dos seus trabalhadores, um país sem previdência social com uma economia totalmente desnacionalizada? Essa não é a ambição da maioria do povo brasileiro”, questiona Feijóo, em comentário para o Seu Jornal, da TVT

Ele destaca também declarações do presidente Temer de que o Brasil passa por “intensas transformações” e está aberto ao mundo. Segundo o comentarista, as ditas mudanças alardeadas pelo governo incluem o congelamento dos gastos sociais por 20 anos, precarizando os serviços públicos e as relações de trabalho com a aprovação da reforma trabalhista, além da intenção de restringir o acesso às aposentadorias. 

Sobre a abertura internacional, Feijóo afirma que o governo Temer quer vender o pré-sal a empresas de petróleo do exterior, assim como parte da sua infraestrutura, que deverá ser privatizada. Até mesmo as terras o governo quer vender a estrangeiros. “Ou seja, nós teremos uma economia completamente desnacionalizada.” 

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