efeito inverso

Lula diz que perseguição da mídia e Justiça fortalecem mobilização

Em discurso na Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, ex-presidente citou pesquisa para as eleições 2018. 'É preciso somar todos eles pra chegar perto do Lula e do PT'

cnm/cut

Ao falar para sindicalistas, Lula reafirmou que somente com a eleição direta para presidente é possível tirar o Brasil da crise

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (28) a perseguição midiática e jurídica a que vem sendo submetido nos últimos anos. Em discurso durante evento que marcou os 25 anos da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Lula fez um paralelo entre os ataques que sofre hoje e os que sofria quando era sindicalista. O ato foi realizado na sede da entidade, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e integrou a programação da plenária da entidade, que será concluída hoje (29).

“Não faz pouco tempo que essa gente pensa em me destruir. Acharam que iam conseguir quando me prenderam em 80, me afastaram do sindicato, achando que a greve ia acabar. E o que aconteceu? A greve cresceu, ficou muito mais forte e durou 41 dias”, relembrou o ex-presidente. “Saiu uma pesquisa da Folha. Não da CUT, foi da Folha. E fico imaginando como os diretores da Globo, os editores de política, reagiram”, disse também o ex-presidente, citando levantamento do instituto Datafolha divulgado na segunda-feira (26) em que aparece como vencedor em todas as simulações de primeiro turno.

“A pesquisa mostra que é preciso somar todos eles pra chegar perto do Lula e do PT. O PT sozinho tem preferência eleitoral maior que a de todos os partidos juntos. Isso deve dar insônia neles”, avaliou. Para Lula, o resultado é fruto da consciência da população. “O povo não é burro, tem consciência. Eles sabem o que aconteceu nesse país de 2003 a 2014.”

Ele reafirmou que somente com a eleição direta para presidente é possível tirar o Brasil da crise que se instalou com o golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff. “Só tem uma saída: o povo voltar a eleger um presidente da República. Só assim é possível restabelecer a credibilidade nas instituições”, afirmou.

Mas o ex-presidente também lembrou do papel do movimento sindical nesse processo. “O momento exige sindicalistas com um pouco mais de competência e um pouco mais de coragem que tivemos nos anos 80, que tenham uma representação à altura dos trabalhadores para resistir aos ataques e envolver a base na resistência”.

Defesa de direitos e da democracia

O tema da plenária da CNM-CUT, que conta com a participação de mais de 120 sindicalistas, é Em defesa da democracia, nenhum direito a menos. Ao longo dos dois dias, os participantes discutem a política industrial, fazem um balanço dos dois primeiros anos de mandato da atual direção e atualizam o plano de lutas da entidade para os próximos anos. O presidente da confederação, Paulo Cayres, assinalou que o movimento sindical deve estar em estado de alerta permanente, porque a conjuntura brasileira está mudando a cada instante. “Temos que resistir à entrega de nossa soberania e à tentativa de acabar com nossos direitos. E também somos os responsáveis por resgatar o projeto de inclusão social que o país já viveu”, convocou.

Falando sobre a conjuntura internacional, o secretário para a América Latina da IndustriALL Global Union, Marino Vani, destacou a escalada de ataques aos direitos trabalhistas e sindicais particularmente nos países do continente latino-americano e a crescente precarização das condições de trabalho com a globalização da produção das grandes indústrias transnacionais. “É preciso confrontar o capital global e fortalecer as organizações sindicais, globalizando nossas ações”, reforçou.

A IndustriALL é a federação internacional dos trabalhadores na indústria e representa mais de 50 milhões de operários, da base de 600 entidades sindicais em todo o mundo. O secretário-geral da entidade, o brasileiro Valter Sanches, enviou vídeo saudando os participantes e destacando a necessidade dos trabalhadores brasileiros resistirem ao golpe contra seus direitos e a democracia.

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