Emissário de Temer

Câmara mantém salário de deputado afastado que recebeu mala de propina da JBS

Mesa Diretora decidiu que pagamento dos rendimentos e do plano de saúde de Rocha Loures só serão interrompidos após cassação

Loures foi flagrado pela JBS recebendo mala com R$ 500 mil que seria destinada a Temer

São Paulo – A Mesa Diretora da Câmara decidiu nesta quarta-feira (24) manter o salário e o plano de saúde do deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que foi foi gravado em operação da Polícia Federal (PF) recebendo mala com R$ 500 mil da JBS.

O afastamento de Loures foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que também suspendeu o mandato do senador Aécio Neves, que, da mesma forma, foi flagrado solicitando e recebendo R$ 2 milhões enviados pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS.

Com o seu afastamento, Loures perdeu o direito à cota de custeio para exercício da atividade parlamentar de R$ 38.871,86 e o auxílio-moradia de R$ 4.253, mas teve o salário de R$ 33.763, mantido. Além do plano de saúde, Loures ainda pode pedir o reembolso para exames e consultas.  

A Procuradoria-Geral da República (PGR) chegou a requerer a prisão preventiva de Loures e Aécio, mas o pedido foi negado pelo STF. A PGR recorreu da decisão na última segunda-feira (23), alegando que detenção de ambos é “é imprescindível para a garantia da ordem pública e da instrução criminal”. O recurso deverá ser julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS, que, assim como Batista, também aderiu a acordo de delação premiada, afirma que o montante enviado a Loures destinava-se ao pagamento de propina negociada com o presidente Michel Temer (PMDB-SP). 

O deputado afastado deve responder, ainda, a processo por quebra de decorro parlamentar, solicitado por representantes do Psol, PSB e Rede, por atuar em defesa de interesses privados perante à administração pública. Nesse processo, em último caso, Loures poderá ter o seu mandato cassado.

Segundo o deputado Fernando Lúcio Giacobo (PR-PR), primeiro secretário da Mesa da Câmara, o pagamento de salário e benefícios de saúde de Loures só serão interrompidos com a cassação de seu mandato. 

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