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Para defesa, citar Lula tornou-se ‘condição obrigatória’ para benefício em delações

'Todas as menções se referem a supostas conversas com terceiras pessoas, ao ouvir dizer ou a conclusões subjetivas', afirmam advogados do ex-presidente

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João Santana: delações vinculadas à negociação de benefícios penais na Operação Lava Jato

São Paulo Os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins divulgaram nota na tarde desta sexta-feira (12) manifestando-se a respeito do conteúdo das delações premiadas do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. De acordo com Santana, Lula teria atuado para que a ex-presidenta Dilma Rousseff tirasse Graça Foster da presidência da Petrobras, porque ela estaria “fechando a torneira” de construtoras que mantinham relação com a estatal. “Ele nunca deixava a entender que fechando essa torneira estava fechando forma de pagamento — mas de trás pra diante, entendo dessa maneira”, disse o marqueteiro.

“O ex-presidente Lula nunca tratou direta ou indiretamente do financiamento das campanhas eleitorais em que foi candidato ou apoiador. Lula sempre considerou este assunto de competência dos tesoureiros do partido e das campanhas, que prestam contas à Justiça Eleitoral”, afirma a nota. “São mentirosas, portanto, as afirmações atribuídas ao Sr. João Santana e à Sra. Monica Moura, claramente vinculadas à negociação de benefícios penais na Operação Lava Jato.”
 
Os defensores do ex-presidente falam ainda a respeito da utilização do instituto da delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. “Hoje está muito claro que citar o nome de Lula tornou-se condição obrigatória para que réus e até condenados obtenham os favores na promotoria no âmbito da Operação Lava Jato”, diz o texto. “Nenhum dos delatores, no entanto, apresentou qualquer prova das menções feitas a Lula. Todas as menções se referem a supostas conversas com terceiras pessoas, ao ouvir dizer ou a conclusões subjetivas.”
 
“Uma ação penal se decide na base de provas. E provas contra Lula não há, porque ele sempre atuou dentro da lei”, finalizam os advogados.

 

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