Greve geral

Para senador, paralisação pode ‘começar a derrubar’ o governo

Lindbergh Farias defende eleições diretas, em todos os níveis, em outubro: 'O Brasil não aguenta até 2018'. Ex-ministro pede 'revolução' na política

Reprodução/TVT

Carina Vitral: esperança, hoje, não vem das nossas instituições, vem das ruas, vem da luta

São Paulo – Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a greve geral desta sexta-feira (28) “pode não só enterrar a reforma da Previdência e a reforma trabalhista, mas começar a derrubar o governo Temer”. Presente ao lançamento do manifesto Projeto Brasil Nação, ontem à noite, em São Paulo, ele afirmou que o movimento não deve ser apenas contra as reformas, mas pode erguer a bandeira das eleições gerais – ainda neste ano, em outubro.

“Sem legitimidade não tem como sair dessa crise. O Brasil não aguenta até 2018”, disse Lindbergh. Ele lembrou que do afastamento da presidenta Dilma Rousseff. “Um ano depois, fico impressionado com o tamanho da desmoralização desse golpe.”

O embaixador Celso Amorim disse ser favorável à eleição, mas fez ponderações. “Se não mudarmos as regras, nós, nós não, eles vão eleger as mesmas pessoas”, afirmou. “E isso (mudança) só se faz com uma revolução, no sentido próprio da palavra, pacífica”, acrescentou, falando em Constituinte. 

Os dois também falaram sobre a democratização da mídia. Amorim defendeu uma regulamentação. “Nos Estados Unidos, a CBS (rede de televisão) não é dona de jornal, nem o New York Times (um dos principais jornais norte-americanos) tem televisão”.

Para a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, a esperança, hoje, “não vem das nossas instituições, vem das ruas, vem da luta”. Ela avalia que parte significativa da população se iludiu com o golpe, imaginando que as condições de vida melhorariam. Presente à sessão da Câmara que na quarta-feira (26) aprovou o substitutivo de “reforma” trabalhista, Carina destacou a manifestação do deputado Assis Melo (PCdoB-RS), que entrou no plenário vestido de operário – originalmente, ele é metalúrgico de Caxias do Sul, interior gaúcho. “Esse Congresso é tão antipovo, tão contrário aos trabalhadores, que vestido de trabalhador ele não pôde falar.”