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Professores municipais em SP mantêm greve e pressão contra reforma da Previdência

Profissionais da prefeitura decidiram ir a Brasília, em novo ato previsto para o final do mês. 'Se lutarmos, vamos derrubar a PEC 287', afirmou presidente do sindicato

Fox Press Photo/Folhapress

Professores municipais se reuniram para protestar contra a reforma da Previdência

São Paulo – “Conquistas acontecem quando a gente vai à luta.” Essa é a frase que podia ser vista em camisetas vestidas por muitos professores municipais reunidos na tarde de hoje (15) em frente à sede da prefeitura de São Paulo. De alguma forma, a afirmação estampada na roupa resume o sentido do ato que atraiu milhares de professores: a mobilização contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer.

“Não podemos nos omitir e deixar de lutar pelos nossos direitos. Ninguém pode ser indiferente!”, exclamou, do alto do caminhão de som, o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Claudio Fonseca. “A luta em defesa da aposentadoria é a mesma em defesa da educação pública de qualidade”, afirmou Fonseca, destacando a importância da mobilização dos professores integrar as manifestações que ocorrem hoje em diversas cidades do Brasil contra a reforma da Previdência.

Durante o ato, os professores decidiram manter a greve da categoria e realizar, no próximo dia 21, uma nova assembleia para avaliar a paralisação, assim como a realização de marchas pela cidade para dar visibilidade à pauta. Também foi decidido participar, junto com outros sindicatos, de uma grande manifestação prevista para acontecer em Brasília, no próximo dia 28 de março, com o objetivo de pressionar o Palácio do Planalto e o Congresso a não aprovar a reforma previdenciária. “Se nós continuarmos lutando, vamos derrubar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287. A derrota dessa proposta enfraquece ainda mais o governo Temer”, disse Fonseca.

O presidente do Sinpeem ainda enfatizou o significado da paralisação da categoria acontecer junto com outros trabalhadores, como os metroviários, bancários, metalúrgicos e motoristas e cobradores de ônibus, que também aderiram às manifestações desta quarta-feira (15). “Espero que tudo isso inspire outras classes de trabalhadores. Não podemos nos transformar em cadáveres vivos com uma aposentadoria inatingível. A greve não pode parar aqui, temos que atrair outros trabalhadores para derrotar essa proposta”, afirmou.

“Não viemos à rua para depredar nada. Nossa organização é na disputa de ideias. Vamos dar uma lição de cidadania e luta”, disse Fonseca, pouco antes da multidão iniciar a caminhada em direção à Avenida Paulista para se juntar aos outros trabalhadores que protestam contra a reforma da Previdência.