esquenta greve geral

Mais de 40 mil marcham em São Paulo contra reformas de Temer

Ato marca posição contra as reformas da Previdência e trabalhista, propostas pelo governo Temer. Lideranças articulam greve para 28 de abril

reprodução/jornalistaslivres

Concentração do ato no vão livre do Masp, na avenida Paulista

São Paulo – Às 17h30 desta sexta-feira, mais de 40 mil manifestantes ocupavam a pista no sentido Consolação da Avenida Paulista, em marcha rumo à Praça da República. Cerca de 30 mil professores e profissionais de outras categorias se encontraram com aproximadamente 10 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O ato marca posição contra as reformas da Previdência e trabalhista, que tramitam na Câmara dos Deputados.

Para o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, o ato de hoje tem como objetivo “fazer uma grande mobilização dos movimentos sociais e dos sindicatos contra as reformas”. “É um esquenta para a greve geral e, ao longo de abril, vamos fazer grandes mobilizações e pressões em cima dos deputados contra as reformas propostas pelo governo ilegítimo do Temer”, afirmou.

Movimentos organizados da sociedade civil planejam uma grande paralisação para 28 de abril, data definida pelas centrais sindicais, com atividades ao longo do mês. “Hoje marcamos o início de uma mobilização para um abril vermelho de resistência dos trabalhadores contra ataques do governo Temer”, completa Douglas.

Coordenador da Frente Brasil Popular em São Paulo, Raimundo Bonfim lembra também que o ato é realizado no mesmo dia em que o país sofreu um golpe civil-militar, que instaurou o regime que durou até 1985. “O objetivo dessa manifestação é primeiro aproveitar o 31 de março, lembrar que hoje faz 53 anos que deram um golpe de Estado pelas forças do Exército e da polícia, que jogou o país em um longo período de retirada de liberdade, de direitos civis. Muitas pessoas presas, torturadas e assassinadas. Temos que lembrar essa triste história do país”, pontua.

“E também temos que lembrar que em 2016 sofremos um golpe. Um golpe de outra natureza, mas afastaram a presidenta Dilma sem ela ter cometido um crime de responsabilidade. Então, essa data é histórica para a luta dos trabalhadores e pela democracia. Ao mesmo tempo, estamos dando continuidade à resistência do povo brasileiro, da classe trabalhadora e dos movimentos populares a esse ataque que o governo Temer e a maioria do Congresso está aplicando”, diz. Para Raimundo, a greve geral será o “Dia D” para derrotar as propostas de Temer.

Josué Rocha, coordenador do MTST, lembra que o projeto de terceirização geral e irrestrita, parte da reforma trabalhista de Temer, aprovado na Câmara, ataca a todos. “Quem tem vínculos ruins de trabalho vai ficar em situação pior. Mesmo os pobres registrados em regime de CLT podem virar PJ (pessoa jurídica). Isso significa menos garantias, sem férias e 13º salário, e maior rotatividade”, afirma.

O presidente do Diretório do Centro Acadêmico da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), Henrique Domingos, argumenta que as reformas devem atingir especialmente os jovens. “Todas as medidas do Temer vem para afetar de forma mais pesada a juventude. O fim da CLT e da Previdência ataca diretamente quem ainda vai entrar no mercado de trabalho. E todo o período estendido de contribuição por conta da reforma da Previdência vai transcorrer sem qualquer direito trabalhista”, aponta. “Temer destrói a coisa pública e massacra a juventude brasileira que vem se politizando nos últimos tempos.”

Com reportagem de Rodrigo Gomes

 

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