'Vitimismo reverso'

Denunciado por caixa 2, Fernando Holiday agora se diz perseguido ‘por ser negro e gay’

Líder do MBL, que afirma combater a corrupção e sempre acusou negros e homossexuais de 'vitimismo', perde o controle durante entrevista a rádio de São Paulo

Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Antes era vitimismo: “não admitem negro e homossexual no parlamento”

São Paulo – O vereador de São Paulo e líder do MBL, Fernando Holiday (DEM), tem se mostrado irritado e caiu em contradição, após ter sido acusado de ter utilizado caixa 2 (dinheiro não contabilizado) para o pagamento de cabos eleitorais durante a sua campanha eleitoral,  no ano passado. A denúncia surgiu após reportagem publicada pelo Buzzfeed Brasilna última segunda-feira (13).

Em vídeo publicado no mesmo dia, o vereador não explica o pagamento dos cabos com dinheiro vivo, que receberam R$ 60 por dia para ações de panfletagem em São Paulo, e diz que o Buzzfeed Brasil ataca “tudo o que é de direita”. Ele, que nega a existência do racismo e outros tipos de discriminação, que sempre combateu políticas afirmativas, como as cotas raciais e acusa o movimento negro e LGBT de vitimismo, alega agora estar sendo vítima de perseguição por ser negro e homossexual. 

“É uma completa mentira. Além de estarem incomodados com esse novo jeito de fazer campanha, não admitem que haja um negro dentro do parlamento, contrário às cotas raciais e que não se submete à sua militância negra. Eles não admitem que exista um gay no parlamento que não se submete à sua militância LGBT.” Ele também se comparou ao prefeito João Doria (PSDB-SP) e ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) que, segundo ele, também são perseguidos. 

Na terça-feira (14), Holiday perdeu o controle durante entrevista à Rádio Bandeirantes que buscava ouvir esclarecimentos sobre a denúncia de Caixa 2. Irritado, o vereador começou a gritar, proferir palavrões, até a entrevista ser sumariamente interrompida.

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