Extração de nióbio

Comissão de Direitos Humanos da Câmara pede apuração de denúncias contra Aécio

Solicitação foi feita à Procuradoria-Geral da República após audiência no colegiado, durante a qual o jornalista fez denúncias contra o senador de desvio de dinheiro público

Agência Senado e TV Câmara

Marco Aurélio Carone (dir) sofreu perseguição e ficou nove meses preso por notícias que incomodaram Aécio

Brasília – O deputado João Carlos Siqueira, o Padre João (PT-MG), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR), na manhã de hoje (6), pedido formal para que sejam apuradas denúncias contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) feitas pelo jornalista Marco Aurélio Carone em novembro passado, durante audiência na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara. O deputado preside a comissão e as denúncias do jornalista referem-se a casos de desvios de dinheiro público proveniente da extração de nióbio em Minas Gerais, no período em que Aécio era governador. O parlamentar anexou, junto com o pedido de investigação, documentos entregues por Carone na época.

Segundo o jornalista, o esquema teria envolvido estatais mineiras como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerias (Codemig) e a Companhia Brasileira de Metalurgia & Mineração (CBMM). O profissional relatou ter sido alvo de perseguições pelo então governo estadual que resultaram na cassação do registro do seu jornal e na sua prisão por nove meses. Os fatos decorreram concomitantemente ao período da eleição presidencial de 2014, em que o senador Aécio Neves foi derrotado por Dilma Rousseff.

No ofício enviado à PGR, Padre João afirmou que o pedido tem como objetivo “avaliar e investigar as denúncias relativas à ameaça ou violação de direitos humanos” feitas pelo jornalista. Esse tipo de encaminhamento é uma das atribuições da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Como presidente do colegiado, o parlamentar tem a prerrogativa de fazer a solicitação, depois de ter sido realizada audiência pública. 

Procurado, o gabinete do senador Aécio Neves não se manifestou a respeito.