impeachment

Senador Hélio José indica que pode mudar posição e votar contra o golpe

Apesar de ter se posicionado pela pronúncia de Dilma, peemedebista demonstrou hoje ter ficado na dúvida ao analisar “o conjunto da peça probatória” e se disse influenciado com a fala do senador Paulo Paim

Moreira Mariz/Agência Senado

Ao ouvir fala sobre o fim de direitos trabalhistas e da prevalência do negociado sobre legislado, Hélio José se mostrou abalado

São Paulo – Ao dirigir pergunta à presidenta Dilma Rousseff no plenário do Senado hoje (29), na sessão em que Dilma faz sua defesa, o senador Hélio José (PMDB-DF), que votou pela admissibilidade do processo de impeachment, falou sobre a possibilidade de mudar o voto. Ele afirmou que em sua manifestação a favor da instauração do processo no Senado “tinha convicção” de que as provas eram robustas. Mas demonstrou hoje ter ficado na dúvida ao analisar “o conjunto da peça probatória” e se disse impressionado com a fala do senador Paulo Paim (PT-RS).

“Sabedor da necessidade de preservar o direito dos trabalhadores”, quis saber de Dilma o que ela pretende fazer em relação à economia se voltar à presidência. Ele disse que ficou com a convicção abalada ao ouvir a descrição de Paim sobre o fim de direitos trabalhistas, da prevalência do negociado sobre legislado, com a reforma da Previdência. “O que vai fazer pelo emprego?”, perguntou a Dilma.

A presidenta afirmou que mantém seu compromisso com o desenvolvimento com inclusão. Ela criticou a ameaça de se revogar os direitos legais em nome do negociado. Segundo ela, alguns sindicatos fortes “podem conseguir acordos bons”, mas o conjunto dos trabalhadores ficaria à mercê do poder do capital.

“A CLT não é algo ultrapassado. É impressionante que uma legislação que construiu o direito a uma jornada de trabalho que a OIT considera adequada, que garante o pagamento de horas extras, é impressionante como essa legislação beneficiou o país.”

Ela se disse “estarrecida” com a proposta do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, que defendeu no mês passado uma jornada de 80 horas. “Mesmo que ele tenha errado, que estava querendo dizer 60 horas,  mesmo assim é absurdo”, afirmou Dilma.

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