Prefeito de Porto Alegre diz que sofre ataques pessoais do PT e defende ruptura com Tarso em 2014

Líderes pedetistas consideram que a posição de Fortunati pela candidatura própria ao Piratini tem de ser tomada em conta (Foto: Marcello Casal Jr. Agência Brasil) Porto Alegre – O prefeito de […]

Líderes pedetistas consideram que a posição de Fortunati pela candidatura própria ao Piratini tem de ser tomada em conta (Foto: Marcello Casal Jr. Agência Brasil)

Porto Alegre – O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), surpreendeu ao defender publicamente que seu partido tenha candidato próprio ao governo gaúcho em 2014. O pedetista fez a declaração na noite de quarta-feira (26), durante participação no programa Conversas Cruzadas, da TVCom.

José Fortunati disse que irá usar seu peso político dentro do PDT para convencer o partido a concorrer ao governo do estado. O prefeito se mostrou indignado com críticas do PT de Porto Alegre. “Não dá para conviver com o PT em Porto Alegre. O PT virou uma oposição radical, tacanha e pessoal durante 24 horas por dia. Após as eleições, o PT de Porto Alegre ensandeceu, faz uma oposição com ataques pessoais. Não posso conviver desta forma. Eles escolhem seu caminho e eu escolho o meu. O meu caminho é desta forma: vou defender dentro do meu partido que não estejamos com o PT no Rio Grande do Sul em 2014”, desabafou.

Reeleito com mais de 60% dos votos e em primeiro turno, Fortunati nunca havia se manifestado publicamente sobre a eleição de 2014. O prefeito nega a intenção de concorrer – repetindo o que fizeram José Fogaça (PMDB) e Tarso Genro (PT), ambos derrotados quando abandonaram a prefeitura da capital para disputar o Palácio Piratini. Fortunati garante que cumprirá o mandato até 2016, mas reforça que o PDT precisa ter um candidato à sucessão estadual.

“Pela forma como o PT vem se comportando em Porto Alegre, não tem como o prefeito desconhecer essa realidade e dizer que estaremos juntos em 2014. Não quero ser pragmático, tenho que ser coerente. Tenho que me perfilar com quem são meus parceiros”, justificou.

O prefeito ressaltou que possui uma boa relação com o governo federal da presidenta Dilma Rousseff (PT). “Apoio a Dilma. Vou deixar claro: minha relação com o PT nacional e com a administração federal é a melhor possível. Para mim, não causa nenhum problema termos uma candidatura própria ao governo do estado e apoiarmos a presidente Dilma”, manifestou.

Fortunati disse que irá fazer valer seu peso no partido para pautar sua posição. “Sou homem partidário, o que o PDT decidir, eu sigo. Mas estou anunciando que não tem como continuarmos sequer pensando em aliança com esse PT que hoje se apresenta em Porto Alegre”, reiterou.

Em nenhum momento, entretanto, Fortunati chegou a revelar com quais críticas estaria incomodado e que tipo de ataques pessoais tem sofrido. Em conversa com o Sul21, outros dirigentes petistas e pedetistas também não souberam explicar a quais episódios o prefeito estaria se referindo.

Posição de Fortunati influencia decisão do partido, dizem líderes pedetistas

Para o presidente do PDT do Rio Grande do Sul, o prefeito de Osório, Romildo Bolzan Júnior, a posição pró-candidatura própria do prefeito José Fortunati influencia a decisão final do partido sobre 2014. “É uma posição influente no partido, principalmente em Porto Alegre, onde temos o maior colégio eleitoral”, reconhece.

Ele diz que não se surpreendeu com o desabafo de Fortunati. “Ele antecipou sua posição no debate interno porque está indignado com a postura do PT e vem recebendo críticas injustas e indigestas”, defende. Bolzan Júnior evita externar sua posição pessoal quanto aos rumos do PDT em 2014, mas afirma que o partido precisa ser “protagonista”. “Penso no PDT como protagonista em 2014 e em 2018”, avisa.

O deputado federal Vieira da Cunha, presidente do PDT em Porto Alegre, entende que a reeleição de Fortunati aumentou seu prestígio dentro do partido. “A vitória espetacular dele acabou sendo a maior numa capital em todo o país e o consolidou como uma das principais lideranças nacionais do PDT. A posição do Fortunati terá um grande peso na decisão final do partido sobre 2014”, avalia.

O parlamentar também defende a tese de que o PDT tenha candidato próprio em 2014 e é, inclusive, um dos nomes cotados para representar o partido na disputa. Por outro lado, há uma ala do PDT gaúcho que defende a indicação de Afonso Motta, atual secretário estadual do Gabinete dos Prefeitos, para ser o vice de Tarso Genro, caso o governador confirme a intenção de concorrer à reeleição.

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