Decreto de Alckmin corta ‘supersalário’ de secretário ligado a Serra

Atuação em seis conselhos estaduais e participação nos lucros da Cesp teriam rendido a Andrea Calabi, da Fazenda, R$ 86,5 mil em junho

Sâo Paulo – Os secretários de estado de São Paulo só poderão participar de, no máximo, dois conselhos de empresas públicas de forma remunerada, de acordo com o Diário Oficial do Estado da última sexta-feira (3). O anúncio foi feito dois dias após o jornal Agora SP revelar que a atuação em conselhos e a participação no lucro de empresas estatais garantiram R$ 86,5 mil em junho ao secretário da Fazenda, Andrea Calabi, ligado ao ex-governador José Serra (PSDB).

Até então não havia limite para a participação e os secretários recebiam R$ 5.598 por cada conselho, além do salário, de R$ 14.980. O único secretário que participava de mais de dois conselhos é Calabi, inscrito em seis: Companhia Paulista de Parcerias, Companhia Paulista de Securitização, Agência de Fomento Paulista, Companhia de Seguros do Estado de São Paulo (Cosesp), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e Companhia Energética de São Paulo (Cesp).

A participação nos conselhos, somada ao salário, teria garantido ao secretário uma remuneração de R$ 48.569 em junho, de acordo com o Portal da Transparência Estadual. A reportagem do Agora divulgou que ele também recebeu participação nos lucros da Cesp no valor de R$ 33.588. A Rede Brasil Atual, no entanto, não conseguiu confirmar essa informação, que não é divulgada no Portal. No mesmo decreto, Alckmin proibiu os secretários de receberem participação nos lucros de empresas públicas.

Andrea Calabi, bastante próximo a Serra, foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) por duas vezes, uma no governo de José Sarney, em 1985, e outra no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1995. Além disso, ele foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre 1999 e 2000.

Ele assumiu a secretaria da Fazenda em dezembro de 2010, em uma tentativa, segundo especialistas, de amenizar a relação de Alckmin com a ala serrista do partido, por ter um bom trânsito em ambos os setores. Os dois travam intensa disputa pelo controle do PSDB paulista.

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