PT quer CPI para investigar contrato de Kassab para inspeção veicular

Manobras dos aliados do prefeito tentam impedir convites ao secretário Eduardo Jorge a comissões do Legislativo. Caso levou Ministério Público a pedir afastamento do prefeito do cargo

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab está sendo investigado por conta das denúncias de irregularidades do contrato entre a prefeitura e a empresa Controlar (Foto: RenattodSousa/ Site da Prefeitura de SP)

São Paulo – Vereadores aliados a prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), barraram na manhã desta quarta-feira (30) as tentativas de parlamentares da oposição de convidar o secretário do Verde e Meio Ambiente do município, Eduardo Jorge. O objetivo é obter explicações para denúncias de irregularidades do contrato entre a prefeitura e a empresa Controlar, prestadora exclusiva dos serviços de inspeção ambiental veicular na cidade.

Os requerimentos foram apresentados pelos parlamentares do PT nas comissões de Finanças e na de Constituição, Justiça e Legislação Participativa. A manobra da base aliada à prefeitura pode enterrar a possibilidade de as irregularidades verificadas pelo Ministério Público Estadual serem apuradas por alguma comissão da Câmara ainda este ano.

As suspeitas de fraude na licitação motivaram pedido de afastamento do prefeito do cargo por parte dos promotores estaduais. A Justiça paulista recusou o pedido de tirar Kassab do posto, mas bloqueou os bens do político. A prefeitura promete rever o contrato de licitação.

Segundo a assessora jurídica do vereador Francisco Chagas (PT), a advogada Claudia Santesso, negados os pedidos de convite, restou à banca petista da Câmara requerer a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquerito (CPI) para apurar se houve fraude na contratação da Controlar para os serviços de inspeção veicular em Sâo Paulo. Ela já antevê dificuldades.

Os 11 vereadores do PT na Casa já assinaram o requerimento, mas uma CPI demanda 19 firmas de parlamentares. “E esse é o problema. A base do Kassab é forte”, avalia a advogada. Ela lembra que os kassabistas alegam que, como o Ministério Público já investiga o caso, uma tentativa de CPI pode significar um julgamento antecipado dos indiciados nas denúncias.

“É um equívoco, porque a intenção (da bancada petista) era dar a chance de as pessoas esclarecerem os fatos. Até hoje o Eduardo Jorge não foi ouvido, não deu nenhuma entrevista. Seria a possibilidade de vir e falar sobre o assunto”, acrescenta.

Os vereadores de oposição deveriam se reunir na noite da quarta-feira para decidir os rumos da mobilização e as estratégias para conseguir ao menos as oito assinaturas que garantam o  mínimo necessário para o requerimento ser apreciado nas comissões.