PR declara independência do governo, mas ainda apoia Dilma

Decisão de sair do bloco aliado no Senado foi anunciada pouco mais de um mês após a crise no Ministério dos Transportes, controlado pela legenda

Em declaração, Magno Malta revela que a bancada do PR não vai votar em bloco (Foto: Waldemir Barreto/ Agência Senado

São Paulo – A bancada do PR no Senado declarou que passa a votar de forma independente do governo a partir da tarde desta quarta-feira (3). Apesar disso, os membros do partido prometem continuar a defender o governo da presidenta Dilma Rousseff, o que significa recursar-se a assinar requerimentos de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para investigar o Executivo. O primeiro dos alvos da oposição é o próprio Ministério dos Transportes, ainda controlado pelo PR.

Na prática, o partido deixa de acompanhar o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) nas votações na casa, passando a seguir o líder da própria bancada, Magno Malta (ES). O desligamento sem rompimento – ou “apoio crítico” – com a base aliada acontece pouco mais de um mês depois do início da onda de denúncias contra a pasta comandada até meados de julho pelo senador Alfredo Nascimento (PR-AM).

Ele pediu exoneração do cargo e foi substituído por Sérgio Passos, também filiado à legenda, acompanhado por pelo menos 20 outros funcionários da pasta, incluindo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a estatal Valec, encarregada por obras ferroviárias.

“Resolvemos ser liderados por nós mesmos”, anunciou Malta. “Quando você é do bloco, vota tudo o que vem do governo, mesmo fazendo beicinho ou achando ruim. Agora não vai ser mais assim. O que acharmos bom, a gente apoia. O que acharmos ruim, votamos contra.”

Na Câmara, o PR compõe um bloco governista com PTdoB, PRTB, PRP, PHS, PTC e PSL. Nenhuma mudança de postura foi anunciada.

Independentes, mas aliados

Em relação aos pedidos de CPI, Malta criticou a oposição, sugerindo que o afastamento não é tão grave. “Não vamos assinar CPI para apoiar quem passou oito anos no governo antes do presidente Lula e nada fez”, disse, em referência a integrantes do PSDB e do DEM, que encabeçam a coleta de assinaturas.

“Continuo contando com os votos do PR”, avisou Romero Jucá. Para o líder do governo, mesmo fora do bloco governista no Senado, o PR continua na base. Ele pretende trabalhar para acalmar os ânimos depois da onda de demissões.

Por fazer parte do blogo de apoio ao governo, o PR teve direito a uma vaga na Mesa Diretora. O PT anunciou que não pretende pedir o posto de volta, até porque a questão passou por votação em plenário. Não devem ocorrer tampouco mudanças na composição de comissões.

Com informações da Agência Brasil

 

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