PSOL recomenda voto anti-Serra no 2º turno

Principal deliberação do partido é 'nenhum voto a Serra'. Para o deputado Ivan Valente, candidato tucano se mostrou reacionário e contrário aos direitos humanos e civis

São Paulo – O PSOL definiu, em reunião na tarde desta sexta-feira (15) , a posição da legenda para o segundo turno. A recomendação para os militantes é evitar o voto no candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra.

“A resolução é: nenhum voto em Serra e liberação dos dirigentes e militantes para duas possibilidades: voto nulo ou voto crítico na Dilma”, afirmou o deputado federal eleito Ivan Valente, em entrevista à Rede Brasil Atual.

Ele explica o conceito de “voto crítico”. Na prática, significa que o PSOL não passa a integrar a aliança, mas faz a opção pelo que representa a outra candidatura. “Não é uma adesão, não pretendemos subir no palanque, nem participar de um futuro governo Dilma, mas somos contrários ao Serra, que mostrou ser extremamente reacionário em relação aos direitos civis e humanos”, definiu Valente.

Segundo o deputado federal reeleito, o partido avaliou o candidato tucano como “o que existe de mais reacionário”. “A eleição de Serra seria um imenso retrocesso”, afirma o parlamentar.  Valente analisa que há  diferenças de projeto entre Dilma e Serra. “Particularmente, porque Serra tem uma postura repressiva contra a organização popular, representaria uma nova submissão ao império americano e vai desequilibrar o jogo (político) na América Latina.”

Ele avalia que a campanha do candidato do PSDB arregimentou forças reacionárias adormecidas, como a Sociedade Brasileira de Defesa de Tradição, Família e Propriedade (TFP). “Vemos ideias e costumes sendo duramente manipulados pelo Serra e somos contrários”, diz.

Divisão

Durante as discussões internas do PSOL sobre posicionamento no segundo turno, Valente conta que houve divergência sobre o apoio à Dilma ou indicação total ao voto nulo. A bancada de federal do partido, composta por Chico Alencar (RJ), Jean Wyllys (BA), Randolfe Rodrigues (AP), Marinor Brito (PA) e o próprio Ivan Valente (SP), defenderam o voto crítico e declaração pública de voto à Dilma. Já o candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, quarto colocado no primeiro turno, adiantou que votará nulo.