Propagandas e debates vão exigir mais objetividade de candidatos, dizem cientistas políticos

Brasília – Nos programas eleitorais, que começam nesta sexta-feira (8), ou nos debates nas redes de televisão que vão ao ar no domingo (10), os candidatos à Presidência da República, […]

Brasília – Nos programas eleitorais, que começam nesta sexta-feira (8), ou nos debates nas redes de televisão que vão ao ar no domingo (10), os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), terão que expor com objetividade e clareza o que pretendem implementar caso eleitos em setores primordiais para a sociedade como saúde, educação e segurança pública. Cientistas políticos de Brasília e do Rio de Janeiro ouvidos pela Agência Brasil consideram que, no primeiro turno, os temas do programa de governo foram abordados de forma genérica e, agora, terão que ser detalhados pelos candidatos de forma pontual.

O cientista político Amaury de Souza, pesquisador associado do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) acrescentou que o país vai assistir a uma campanha dura por parte dos dois candidatos. Ele acrescentou que os debates nas redes de televisão serão cruciais. “Agora é que vamos ver o quão competentes os candidatos são.”

No rádio, a propaganda gratuita foi transmitida às 7h e retorna ao meio-dia. Cada coligação tem direito a dois blocos de dez minutos de exposição que, no caso da TV, ainda serão veiculados: às 13h e às 20h30.

O professor da Universidade de Brasilia (UnB) e também cientista político João Paulo Peixoto, por sua vez, considera que caberá a Dilma Rousseff se expor mais ao eleitorado. Ela terá que apresentar ao público o que pretende fazer à frente da Presidência, caso eleita, uma vez que “não há continuidade 100%” de um presidente para outro por mais alinhados que sejam.

Ele avaliou que, no caso de Serra, as maiores dificuldades que terá pela frente será convencer o eleitorado de que é o mais preparado para administrar o país, em um cenário econômico que não lhe é favorável. “Ele tem contra sua campanha um ambiente econômico muito bom para a população como a perspectiva de crescimento para 2010 de 7% e o consumo em alta. Nunca o brasileiro viajou tanto pelo país e para o exterior”, afirmou.

Já o cientista político também da UnB e especialista em análise de pesquisas e tendências Paulo Kramer destacou que algumas questões ainda não estão muito claras, o que torna ainda mais imprevisível o resultado desta eleição, mesmo que Dilma largue com uma importante vantagem de votos. No caso da petista, ele não sabe, por exemplo, se o presidente Lula já transferiu todos os votos que poderia no primeiro turno ou se ainda tem capacidade de ampliar esse número.

Já no caso de José Serra, o cientista avalia que podem pesar contra ele pontos que repercutiram mal na sua gestão no governo de São Paulo.